Acordo Ortográfico
Moderador: jamlvs
-
- Subtitle Addicted
- Mensagens: 422
- Registado: 03 abr 2005, 00:00
Meu caro, se não encontras argumentos, sugiro que os vás procurar, pois já falei sobre isso.
Mas pronto, até te volto a indicar o principal argumento (e nem preciso de referir interesses económicos e políticos que, quer se queira quer não, para o bem e para o mal, é praticamente isso que move o que quer que seja). E sim, se te tivesses informado (coisa que demonstraste não ter feito lá muito bem com isso do K e do W), terias descoberto. Falas da evolução natural da língua. Porém, não reconheces que a alteração na grafia das palavras se aproxima (ou iguala, em alguns casos), à maneira como é falada. Ou seja, basicamente, escreve-se como soa. Caso não saibas, a língua portuguesa é das mais difícies de se aprender, devido ao número elevado de ditongos nasais (daí também advém a nossa facilidade em aprender outras línguas). Como tal, estas alterações que tu preconizas que vêm tirar-nos a identidade (mas não dizes como nem porquê!), vem também fazer com que seja mais fácil aprender a língua, quer se trate de um puto português de 2 anos, quer seja um idoso alemão que não tem nada para fazer na reforma.
Para finalizar, se julgas que por defender o AO não tenho orgulho em ser português, meu caro amigo, que grande engano. E não penso que, por vocês serem contra, que são estúpidos ou parvos (apenas não sabem apresentar argumentos, mas isso é outra conversa). Têm a vossa opinião, que eu respeito, mas que lamentavelmente é baseada em fundamentos irrisórios e sem lógica alguma. Sim, é complicado pedir para mudar passados tantos anos a escrever assim. Sim, aparenta haver um certo abrasileiramento da língua (mas é só aparente, nada mais). Sim, nem tudo é um mar de rosas e vamos ser mais ricos à pala disto. Mas a verdade é que, para todos os efeitos, não depende de nós a sua introdução. Isto foi votado em 1990. Mil novecentos e noventa, meu caro!!!! O mesmo AO que altera a grafia também introduziu as letras W, K e Y, proveninentes de estrangeirismos, como indicaste, mas não só. E aí ninguém veio dizer que estávamos a baixar as calcinhas às línguas anglo-saxónicas como agora apregoam que estamos a fazer aos nossos "irmãos" do outro lado do Atlântico.
E, já agora, a título de curiosidade, os alemães têm um AO também. Como tal, em que pé ficamos naquele "argumento" do "ah e tal, os espanhóis não têm nenhum AO!"?
PS: se achas que sou o único a defender, apenas provas que não te informaste mesmo sobre isto. Tive o prazer (e o trabalho) de ler vários artigos de opinião, quer nos jornais, quer por essa net fora, de pessoas que participaram na elaboração deste AO. Depois li bastantes mais sobre pessoas que não concordavam e que, por isto ou por aquilo, até são capazes de perceber do assunto. E depois li as opiniões dos meros mortais, como nós, que tanto gostavam, não gostavam ou lhes era indiferente. Ou seja, fiz o meu trabalhinho de casa e, com a informação de que dispunha, decidi. A diferença é que vocês ouvem uma coisa ou outra e, sem mais nada, fazem disso dogma e aceitam-na como se fosse a mais pura das verdades. E, como tal, não sabem apoiar a vossa fundamentação decentemente (e nota-se tanto, mas tanto).
Mas pronto, até te volto a indicar o principal argumento (e nem preciso de referir interesses económicos e políticos que, quer se queira quer não, para o bem e para o mal, é praticamente isso que move o que quer que seja). E sim, se te tivesses informado (coisa que demonstraste não ter feito lá muito bem com isso do K e do W), terias descoberto. Falas da evolução natural da língua. Porém, não reconheces que a alteração na grafia das palavras se aproxima (ou iguala, em alguns casos), à maneira como é falada. Ou seja, basicamente, escreve-se como soa. Caso não saibas, a língua portuguesa é das mais difícies de se aprender, devido ao número elevado de ditongos nasais (daí também advém a nossa facilidade em aprender outras línguas). Como tal, estas alterações que tu preconizas que vêm tirar-nos a identidade (mas não dizes como nem porquê!), vem também fazer com que seja mais fácil aprender a língua, quer se trate de um puto português de 2 anos, quer seja um idoso alemão que não tem nada para fazer na reforma.
Para finalizar, se julgas que por defender o AO não tenho orgulho em ser português, meu caro amigo, que grande engano. E não penso que, por vocês serem contra, que são estúpidos ou parvos (apenas não sabem apresentar argumentos, mas isso é outra conversa). Têm a vossa opinião, que eu respeito, mas que lamentavelmente é baseada em fundamentos irrisórios e sem lógica alguma. Sim, é complicado pedir para mudar passados tantos anos a escrever assim. Sim, aparenta haver um certo abrasileiramento da língua (mas é só aparente, nada mais). Sim, nem tudo é um mar de rosas e vamos ser mais ricos à pala disto. Mas a verdade é que, para todos os efeitos, não depende de nós a sua introdução. Isto foi votado em 1990. Mil novecentos e noventa, meu caro!!!! O mesmo AO que altera a grafia também introduziu as letras W, K e Y, proveninentes de estrangeirismos, como indicaste, mas não só. E aí ninguém veio dizer que estávamos a baixar as calcinhas às línguas anglo-saxónicas como agora apregoam que estamos a fazer aos nossos "irmãos" do outro lado do Atlântico.
E, já agora, a título de curiosidade, os alemães têm um AO também. Como tal, em que pé ficamos naquele "argumento" do "ah e tal, os espanhóis não têm nenhum AO!"?
PS: se achas que sou o único a defender, apenas provas que não te informaste mesmo sobre isto. Tive o prazer (e o trabalho) de ler vários artigos de opinião, quer nos jornais, quer por essa net fora, de pessoas que participaram na elaboração deste AO. Depois li bastantes mais sobre pessoas que não concordavam e que, por isto ou por aquilo, até são capazes de perceber do assunto. E depois li as opiniões dos meros mortais, como nós, que tanto gostavam, não gostavam ou lhes era indiferente. Ou seja, fiz o meu trabalhinho de casa e, com a informação de que dispunha, decidi. A diferença é que vocês ouvem uma coisa ou outra e, sem mais nada, fazem disso dogma e aceitam-na como se fosse a mais pura das verdades. E, como tal, não sabem apoiar a vossa fundamentação decentemente (e nota-se tanto, mas tanto).
-
- Newbie
- Mensagens: 2
- Registado: 23 set 2006, 00:00
O post com mais sentido que li! Apoio-te em todas as palavras.Moroska Escreveu:Pergunte aos espanhóis se andam a fazer acordos com os mexicanos em relação à própria língua.
É uma questão de mentalidade...o espanhol com orgulho de o ser e sem complexos de inferioridade, os portuguesinhos com os habituais complexos de inferioridade e atitude de pequenez face ao mundo. Governos corruptos e de mentalidade baixa que infelizmente reflectem a mentalidade do povo que é deixar andar. Falta educação.
No fundo e na minha opinião estes acordos são um (pequeno) exemplo das atitudes que levaram este pais a estar na merda que esta hoje
Nota: espero que tenha gostado do texto..é bastante interessante e reflecte o sentimento de muita gente ou pelo menos o meu.
-
- Subtitle Addicted
- Mensagens: 422
- Registado: 03 abr 2005, 00:00
-
- Newbie
- Mensagens: 10
- Registado: 15 mai 2005, 00:00
É a sua opinião não quer dizer que esteja correcto..pelo pouco que sei o acordo de que fala nada tem a ver com o nosso e penso que seja muito pouco ou nada vinculativo.
E se o fosse não creio haver duvidas sobre quem lidera esse acordo, a comparação que faz é fraca.
Como disse para mim aquele texto que coloquei aqui representa o sentimento que sempre terei acerca do acordo que nos foi impingido. No fundo foi uma medida tipo "troika" dissimulada. E acho que representa o sentimento de muitos portugueses sinceramente.
Pessoalmente continua a repugnar-me algumas palavras que sou obrigado a ler infelizmente hoje em dia.
Mas temos coisas piores que isto infelizmente para lidar.
Boa sorte para todos é o que desejo e que continuemos poder viver em democracia e que possamos continuar a ter e respeitar a nossa Constituição e...pois.. já sei que estou a divagar vou calar-me.
E se o fosse não creio haver duvidas sobre quem lidera esse acordo, a comparação que faz é fraca.
Como disse para mim aquele texto que coloquei aqui representa o sentimento que sempre terei acerca do acordo que nos foi impingido. No fundo foi uma medida tipo "troika" dissimulada. E acho que representa o sentimento de muitos portugueses sinceramente.
Pessoalmente continua a repugnar-me algumas palavras que sou obrigado a ler infelizmente hoje em dia.
Mas temos coisas piores que isto infelizmente para lidar.
Boa sorte para todos é o que desejo e que continuemos poder viver em democracia e que possamos continuar a ter e respeitar a nossa Constituição e...pois.. já sei que estou a divagar vou calar-me.
-
- Subtitle Addicted
- Mensagens: 422
- Registado: 03 abr 2005, 00:00
Moroska, presumo que te estivesses a referir ao meu último post. Caso assim seja, perdi-me completamente. Primeiro porque não se trata de uma opinião minha mas sim de uma refutação a um "argumento" apresentado aqui de que se os espanhóis não têm nenhum AO, nós também não devíamos ter (como se isso fosse algum ponto). Como existe, de facto, um AO para uma língua (até existem mais, mas pronto), e que até é bastante recente, isso invalida esse "argumento". Claro que, como é lógico, o facto de haver um AO para o alemão não valida nem justifica a existência de um para a língua portuguesa (e quem diz alemão, diz francês, espanhol, inglês ou qualquer dialecto falado pelo indígenas no Botswana). Isto sim, é uma opinião, fundamentada e apoiada num argumento lógico e verdadeiro.
Como já disse, acho que umas três vezes, o texto está bastante bom e é interessante. Porém, trata-se de um jogo com as palavras e as várias mudanças. Apenas e somente. Sim, representa um sentimento de oposição à mudança, algo normal e completamente válido. Porém, não indica qualquer tipo de justificação para apoiar essa posição. É mais um típico caso do "sou contra porque sim". Não que haja algo propriamente de errado nisso, atenção. Só que, se é para se debater ideias, posições, argumentos, prós e contras, um mero "porque sim/não" não deve ter lugar.
Como já disse, acho que umas três vezes, o texto está bastante bom e é interessante. Porém, trata-se de um jogo com as palavras e as várias mudanças. Apenas e somente. Sim, representa um sentimento de oposição à mudança, algo normal e completamente válido. Porém, não indica qualquer tipo de justificação para apoiar essa posição. É mais um típico caso do "sou contra porque sim". Não que haja algo propriamente de errado nisso, atenção. Só que, se é para se debater ideias, posições, argumentos, prós e contras, um mero "porque sim/não" não deve ter lugar.
-
- Newbie
- Mensagens: 10
- Registado: 15 mai 2005, 00:00
Mas invalida na sua opinião..disse eu alguma vez que não havia mais nenhum acordo ortográfico no mundo alem do nosso?? penso que não, disse sim para comparar com os espanhóis.
Se insistes em comparar a historia da língua alemâ com a historia da língua portuguesa, espanhola ou ate inglesa o problema é teu mas volto a dizer-te que é uma fraca comparação no meu entender,
Não coloques as tuas interpretações nas ideias dos outros. Se gostas da maneira que se escreve agora óptimo para ti evidentemente.
Compara com Espanha e vê quem esta a perder aos poucos a sua identidade. Começa com o acordo e infelizmente não vai acabar aqui. Já nem a Constituição se safa.
Se insistes em comparar a historia da língua alemâ com a historia da língua portuguesa, espanhola ou ate inglesa o problema é teu mas volto a dizer-te que é uma fraca comparação no meu entender,
Não coloques as tuas interpretações nas ideias dos outros. Se gostas da maneira que se escreve agora óptimo para ti evidentemente.
Compara com Espanha e vê quem esta a perder aos poucos a sua identidade. Começa com o acordo e infelizmente não vai acabar aqui. Já nem a Constituição se safa.
- Serjikal
- User
- Mensagens: 50
- Registado: 11 nov 2004, 00:00
Falas no caso de Espanha. As 22 academias dos países que falam castelhano (em comum acordo) também fizeram uma reforma ortográfica em 2010. O objectivo? Unificar a ortografia espanhola.
E outra vez a questão da identidade? Isto é um acordo ortográfico. Aproxima a escrita da forma como falamos. Aonde é que está a perda de identidade? O acordo de 1911 também nos fez perder a identidade? É que aí foi uma mudança bem maior do que esta.
E outra vez a questão da identidade? Isto é um acordo ortográfico. Aproxima a escrita da forma como falamos. Aonde é que está a perda de identidade? O acordo de 1911 também nos fez perder a identidade? É que aí foi uma mudança bem maior do que esta.
-
- Subtitle Addicted
- Mensagens: 422
- Registado: 03 abr 2005, 00:00
Moroska, primeiro que tudo, aconselho-te a aprenderes a ler. Não estou a comparar a língua alemã com a portuguesa, assim como não estou a comparar a língua alemã à espanhola ou a espanhola à portuguesa. Um dos argumentos apresentados por quem é contra o AO é que os espanhóis/franceses/ingleses/outros não têm nenhum AO e esse argumento, para além de não justificar nada (se eles não têm é com eles, não nos temos de reger pelo que os outros fazem - engraçado que depois não falam também em lamber botas), está provado que não é verdade. E, uma vez mais, o facto de haver um qualquer AO na língua espanhola/inglesa/francesa/alemã/outra não valida ou justifica que nós tenhamos de ter um. Está entendida esta parte ou é preciso fazer um desenho?Moroska Escreveu:Mas invalida na sua opinião..disse eu alguma vez que não havia mais nenhum acordo ortográfico no mundo alem do nosso?? penso que não, disse sim para comparar com os espanhóis.
Se insistes em comparar a historia da língua alemâ com a historia da língua portuguesa, espanhola ou ate inglesa o problema é teu mas volto a dizer-te que é uma fraca comparação no meu entender,
Não coloques as tuas interpretações nas ideias dos outros. Se gostas da maneira que se escreve agora óptimo para ti evidentemente.
Compara com Espanha e vê quem esta a perder aos poucos a sua identidade. Começa com o acordo e infelizmente não vai acabar aqui. Já nem a Constituição se safa.
"Não coloques as tuas interpretações nas ideias dos outros". Meu caro, até ao momento, estou para ver aqui uma ideia de alguém que seja contra o AO. Aliás, estou para ver um argumento sequer, mas nem isso conseguem. Como tal, se não há ideias, se não há argumentos, como queres que eu coloque as minhas interpretações onde quer que seja?
E, já que falamos na ausência de argumentos ou ideias, o que tem a Constituição Portuguesa a ver com o AO? Daqui a nada, vem alguém aqui dizer que estamos em crise por causa da implementação do AO ou que o avião caiu em Camarate por causa do AO ou que foi o AO que matou o Kennedy ou qualquer outra "ideia" ou "argumento" brilhante da vossa parte. Eu, pelo menos, e com toda a sinceridade, aproveito e rio-me.
-
- Newbie
- Mensagens: 1
- Registado: 14 nov 2011, 00:00
Re: Um cê a mais...
Moroska Escreveu:Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o C na pretensão de me ensinar a nova grafia.
De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa.
Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim.
São muitos anos de convívio.
Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes CCC,s e PPP,s me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância.
Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim!
Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí.
E agora as palavras já nem parecem as mesmas.
O que é ser proativo?
Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espectadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o R, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato.
Caíram hifenes e entraram RRR,s que andavam errantes.
É uma união de facto, e para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem.
Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os EEE,s passaram a ser gémeos, nenhum usa ( ^^^) chapéu.
E os meses perderam importância e dignidade; não havia motivo para terem privilégios; assim, temos janeiro, fevereiro, março, são tão importantes como peixe, flor, avião.
Não sei se estou a ser suscetível, mas sem P, algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos.
Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos.
Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do C não me faça perder a direção, nem me fracione, e nem quero tropeçar em algum objeto.
Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um C a atrapalhar.
Só não percebo porque é que temos que ser NÓS a alterar a escrita, se a LÍNGUA é NOSSA ? ! ? ! ?
E como não percebo continuo a escrever tal como aprendi... ninguém me pediu opinião...
Autor desconhecido
Obrigado por isto....e parabéns ao autor desse texto.