
O filme recorda o espaço cénico deprimente do "El Topo" do Jodorowski e a forma de comunicar a esquizofrenia das personagens que Buñuel nos ensinava em "Cet obscur objet du désir", mas que talvez seja mais fácil de relembrar já visto em "Mulholland Dr." mas não podemos esperar a tensão, o mistério ou a complexidade das personagens, que nos são impostas nas obras de Lynch. O sexo explícito é gratuito, não sendo de sobremaneira chocante nem trazendo algo que enriqueça a narrativa. O neo-surrealismo das emoções, subentendidas, e a cadência, têm uma pitada do que abunda no "Enter the Void" do Gaspar Noé, sem o lado psicadélico pelo que temos a garantia de que aqui nada é sonho ou alucinação. 6,5/10