Isso são os resultados das tentativas dum certo vanguardismo na arte e pode aceitar-se ou não o fazer-se diferente do habitual.
O formato 4:3 pode ser usado pelo autor tal e qual como a película a preto e branco.
Como muito bem referiste, João César Monteiro fez uma obra de 75 minutos com a tela preta e causou polémica mas que era o que ele pretendia de modo provocatório. Sim, porque o filme já é uma provocação e nem sequer é assim tão original porque se baseia numa peça de Robert Walser.
Todas as artes apresentam algo do género que é quase a negação da própria arte mas no cinema não sei se resulta de forma tão radical.
Mas em 2012,
The Artist (2011) que ganhou 5 Oscares, incluindo o de Melhor Filme do Ano não era mudo e a preto e branco?
Tenho a certeza que na pintura há exemplos de telas completamente em branco a que o autor pode ter chamado "O Nada" ou totalmente em preto com o nome "A Noite" ou algo do género.
Na música, John Cage tem o tema
"4'33" de 1952 que é exactamente esse tempo de total silêncio.
Encontra-se gravado em disco e ele "tocava-o" ao vivo: punha as mãos junto às teclas do piano e durante 4 minutos e 33 segundos não se mexia e ao fim desse tempo o público aplaudia.
Ele dizia ainda que o público devia escutar os ruídos que vão ocorrendo durante o silêncio da peça.
De qualquer forma, acho que é um tema musical que não deve resultar na rádio.
E é assim amigo
zundengan que as obras experimentalistas surgem e há sempre alguém que diz que
"assim também eu fazia uma obra de arte" mas o problema é que não fez nem se lembrou de fazer!