O ultimo filme que vi foi:

Antevisão dos filmes mais esperados, críticas, apreciações.

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Mensagem por etiko » 13 out 2014, 21:43

A Million Ways to Die in the West (http://www.imdb.com/title/tt2557490/)
Nota: 5,0
Um filme que peca pelo trailer. Sendo o objectivo do trailer cativar, quando um filme não tem uma história por onde suscitar a curiosidade e o desejo, basta simplesmente pegar nas melhores partes e compilá-las de forma inteligente.
A ideia que tinha era que ia passar um bom momento a ver, não literalmente um milhão de formas de morrer mas, pelo menos, umas dezenas de formas engraçadas, nem que fosse através do exagero e da estupidez. Para aliviar a cabeça também dá jeito, de vez em quando.
Realmente as formas de morrer apresentadas são mesmo estúpidas e, algumas, atingem o ridículo de não conseguirem ser engraçadas. No entanto, são quase todas apresentadas no trailer, pois isto é o que há para oferecer em torno deste filme.
Depois, tirando o mencionado acima, temos uma lição de vida recheada de clichés e que assenta em teorias/ideias que não me trouxeram nenhuma novidade, nem me deram que pensar.
No final, fiquei desiludido porque, do pouco que queria retirar, acabei por retirar ainda menos.
Engraçado que cheguei a comparar com o filme «Ted» (o qual, vi agora, também foi realizado por Seth MacFarlane), dizendo que pelo menos este último tem o urso que diz umas coisas engraçadas (também não tendo mais que isso).
Resumindo, mais uma comédia que peca pela falta de humor.
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Mensagem por Petroriano » 13 out 2014, 22:57

etiko Escreveu: A Million Ways to Die in the West (http://www.imdb.com/title/tt2557490/)
Nota: 5,0
Um filme que peca pelo trailer. Sendo o objectivo do trailer cativar, quando um filme não tem uma história por onde suscitar a curiosidade e o desejo, basta simplesmente pegar nas melhores partes e compilá-las de forma inteligente.
A ideia que tinha era que ia passar um bom momento a ver, não literalmente um milhão de formas de morrer mas, pelo menos, umas dezenas de formas engraçadas, nem que fosse através do exagero e da estupidez. Para aliviar a cabeça também dá jeito, de vez em quando.
Realmente as formas de morrer apresentadas são mesmo estúpidas e, algumas, atingem o ridículo de não conseguirem ser engraçadas. No entanto, são quase todas apresentadas no trailer, pois isto é o que há para oferecer em torno deste filme.
Depois, tirando o mencionado acima, temos uma lição de vida recheada de clichés e que assenta em teorias/ideias que não me trouxeram nenhuma novidade, nem me deram que pensar.
No final, fiquei desiludido porque, do pouco que queria retirar, acabei por retirar ainda menos.
Engraçado que cheguei a comparar com o filme «Ted» (o qual, vi agora, também foi realizado por Seth MacFarlane), dizendo que pelo menos este último tem o urso que diz umas coisas engraçadas (também não tendo mais que isso).
Resumindo, mais uma comédia que peca pela falta de humor.
Concordo!!
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Mensagem por etiko » 19 out 2014, 12:02

Ain’t Them Body Saints (http://www.imdb.com/title/tt2388637/)
Nota: 6,6
Apesar de ter participado na construção das legendas deste filme, ainda não o tinha visto.
É uma história simples e de acção lenta que consegue criar tensão pela ligação que criamos com os protagonistas. Vamos sendo envolvidos nesta história de amor através da narrativa, feita pelos próprios protagonistas, e pelos acontecimentos que os fazem sofrer devido à separação forçada desencadeada pelo caminho que escolheram para as suas vidas.
Caracterizado como um Western moderno, passado no Texas, assume os contornos deste estilo pelo estilo de vida fora da lei que Ruth (Rooney Mara) e Bob (Casey Affleck) assumem. O bom (o polícia), o anti-herói e a donzela, estão presentes neste filme. Tudo para que a ligação emocional seja o factor de ligação ao filme.
Não há muito mais para acrescentar (sem que entre em spoiler), além de que quem não gosta de filmes parados poderá não gostar deste filme (tal como aconteceu com as pessoas que o viram comigo).
Na minha opinião, é um bom filme pelo simples facto de nos levar a viver a intensa história destas duas personagens. Não esperava nem mais nem menos deste filme. É um filme consistente.


Gone Girl (http://www.imdb.com/title/tt2267998/)
Nota: 7,4

Um filme de David Fincher com um enredo à sua medida e um elenco (Ben Affleck, Rosamund Pike e companhia) que nos oferece representações de alto nível para fazer face ao desafio apresentado, brindar-nos com um filme de qualidade.
Será difícil estruturar a minha opinião acerca deste filme visto que não sei se esta está suficientemente organizada e esclarecida. Posso então partilhar a experiência que tive e ir «falando».
Não costumo ir muitas vezes ao cinema e lembro-me de três filmes que disse que ia ver este ano: «The Grand Budapest Hotel» (vi e já dei a minha opinião), «300: Rise of na Empire» (desisti de ir ver ao cinema pelo feedback que me deram do filme e ainda não o vi) e «Sin City: A Dame To Kill For» (a mesma situação que o anterior). A semana passada descobri este filme de David Fincher e não podia deixar escapar a oportunidade de tentar ter uma boa experiência numa sala de cinema (tarefa habitualmente difícil).
Como podem perceber, as expectativas estavam no máximo e, propositadamente, não quis que assim deixasse de ser. Tendo como «licitação inicial» os filmes «Se7en», «The Game» e «Fight Club», estava à espera de uma história cheia de surpresas, um enredo complexo e um final inesperado.
O plano inicial é excelente, desde a imagem à narrativa. Suscita a curiosidade, prendendo-nos logo. De seguida, é-nos apresentado o ambiente onde se irá desenrolar a acção, através de vários planos soltos de partes da localidade onde se irão desenvolver os acontecimentos centrais da história. Ou seja, temos aqui uma rúbrica da qualidade de David Fincher.
Para não escrever algo muito extenso vou tentar resumir a acção tal como a percepcionei, isto é, de forma rápida e com reviravoltas.
Conheço Nick (Ben Affleck) e Margo (Carrie Coon) e formo a minha opinião em relação a ele (sim, ele e não «eles», porque me centrei apenas nele). Depois, perante o primeiro ponto de tensão, começo a tentar desvendar o final. Aparecem novas personagens, a detective (Kim Dickens) e o polícia que a acompanha (Patrick Fugit), e «limo as arestas» das minhas suposições. Avança a acção e acrescento mais uma desconfiança. Vou tentando recolher sinais, tanto pela acção como através de todas as personagens que vão sendo introduzidas, e começam a aparecer as primeiras dúvidas. Baralho-me e reparo que não estava a apanhar tudo (por uns factos salientados pela minha namorada, os quais não percepcionei). Estava a complicar demais, a exagerar nas interpretações e, ao mesmo tempo, a interpretar como se tivesse a ver um filme cheio de clichés. Possivelmente por estar desiludido com as minhas falhas na interpretação, deixei-me levar pela história e, inconscientemente, fui enganado, tal como o realizador pretendia. Já controlado pelo lado emocional, odiei uma personagem, voltei a gostar dela, pensei que tinha chegado a altura do declínio irreversível de outra, vi o improvável acontecer (mais que uma vez), até que cheguei ao final inesperado.
Rápida e «baralhadamente», foi isto. Um filme com um enredo complexo e uma história que dá que pensar. Aqui temos a assinatura de David Fincher.
Um concelho que dou para não passarem pela mesma situação que eu, é verem o filme sem tantas especulações. Desta forma, será mais fácil perceber o filme e, possivelmente, adivinharem mais intenções, ou seja, o que pretende esta ou aquela personagem, ou mesmo, quais as consequências desta ou daquela acção.
Visto que as pontuações que atribuo aos filmes têm como base a minha experiência, desta vez darei esta pontuação mais baixa. Quem sabe, com uma segunda visualização do filme darei mais.
Obviamente que aconselho o filme a toda a gente. Além de ser um bom filme, exercita a mente.
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Mensagem por etiko » 08 nov 2014, 11:02

Eastern Promises (http://www.imdb.com/title/tt0765443/)
Nota: 6,3

Mais um filme sugerido há muito tempo que se encontrava aqui na lista para ver. Foi o primeiro filme de David Cronenberg que vi e agora terei de ver mais filmes dele para formar uma opinião mais consistente.
A primeira impressão que tive foi a de ser estranho ver Naomi Watts num filme que parece uma produção europeia, pelo menos inicialmente, especialmente pelo ambiente, isto é, o local onde se desenrola e as personagens.
Ao contrário de Naomi Watts, Vincent Cassel assenta perfeitamente no seu papel. Logo na primeira vez que aparece, ficamos rapidamente familiarizados com o tipo de máfia que vai marcar presença nesta história.
O filme parece mais antigo do que realmente é pela cor da sua fotografia. Também vi um plano «à antiga», onde se nota perfeitamente o pano verde, quando filmam de frente Naomi Watts a andar de mota. Quando virem vão notar perfeitamente.
O tema da história deste filme é interessante, juntando a máfia russa a um ambiente londrino, que já de si é pesado, devido ao clima e espaço citadino. Todos estes são elementos que me fizeram continuar interessado no filme.
É pena que se perceba facilmente o rumo do filme, através dos sinais «descarados» que recebemos. Penso que a maioria das pessoas que virem/viram este filme concordarão/concordam que facilmente se percebe qual o objectivo/fim de cada personagem. Apenas uma vez no filme fiquei a pensar que a história poderia levar outro rumo, talvez na esperança de ter, pelo menos, uma surpresa. Continuo com esta esperança mesmo depois de já ter visto o filme, passo a explicar, ou melhor, fica a pergunta: será que toda esta facilidade em compreender o rumo da história foi apenas uma táctica de distracção para distrair o público da verdadeira surpresa? Fica a questão no ar…
Para quem gosta de filmes de máfia e de boas representações, não perdem nada em ver o filme. Isto se não tiverem um grande filme para ver.
E com tanta coisa acabei por me esquecer que Anna era Naomi Watts, tão bem que se encaixou no seu papel.
Before Sunrise 7,4


Before Sunrise (http://www.imdb.com/title/tt0112471/)
Nota: 7,4

Depois de ter cometido o erro involuntário de ver o último filme desta trilogia primeiro que os dois filmes que o precedem, decidi colmatá-lo da melhor forma possível (já que não posso voltar atrás), ver estes filmes duma perspectiva diferente, encará-los como retrospectivas.
Tal como já referi anteriormente, quando dei a minha opinião sobre o filme «Before Midnight», estes filmes têm um estilo que venero, que se baseia em diálogos fortes. Gosto de lhes chamar «filmes argumentistas», por razões óbvias.
O tema específico desta trilogia são os vários temas/questões/divagações intemporais afectas aos relacionamentos bem como ao tema do amor. Acabando sempre por juntar outros temas, mostrando pontos de vista interessantes mas, mais importante, sempre bem fundamentados e/ou com grande convicção.
Neste filme, quase como que por osmose (passo a expressão), derivado do ambiente geográfico que envolve as personagens, acabamos por ter um ponto de vista, uma crítica, dos estereótipos europeus. Um extra que cria ainda mais valor ao filme.
E assim tive mais uma grande experiencia, proporcionada por esta arte que tanto gosto. Consigo identificar-me perfeitamente com o conceito de romance apresentado, a base do improviso. Mais do que vivermos o dia-a-dia, vivermos palavra-a-palavra. «O tempo é abstracto» mas não as palavras intemporais.
Bora para o outro filme, logo de seguida.


Before Sunset (http://www.imdb.com/title/tt0381681/)
Nota: 7,3

Sem conseguir esperar vi, logo de seguida, o segundo filme desta trilogia maravilhosa. Tão embevecido que estava apenas escrevi uma nota ao longo deste filme, «crítica social».
Este foi o «extra» que este filme nos deu. Um bom pedaço do diálogo centrado na crítica social, «centrando-se dispersamente» nos problemas causados pelas grandes potências.
Mais e mais diálogos que infelizmente tiveram de acabar. Quase que não o consigo ver como um filme, mas sim, como uma passagem. No fim só queria que continuasse durante horas a fio, tantos são os argumentos apresentados que nos fazem questionar acerca de vários temas, mais especificamente, sobre as relações.
Já disse tudo o que tinha a dizer sobre esta trilogia ao longo das duas opiniões que escrevi acerca dos outros dois filmes que compõe a sinfonia desta trilogia. O resto deixem que sejam Julie Delpy e Ethan Hawke a contar-vos tão bem.
Sim, é algo finito. No entanto, deixa na memória a grande experiência e são filmes a rever e a rever.
Não encarem estes filmes como algo romântico puro e duro. Existem argumentos para todos os gostos. Cada um tira o que quer destes filmes. Toda a gente que gosta de cinema deveria vê-los. Não concordam?


La vie d'Adèle (Blue is the Warmest Color) (http://www.imdb.com/title/tt2278871/)
Nota: 7,1

Aqui estamos perante cinema europeu no seu melhor e com todas as suas qualidades intrínsecas. Um filme «nu e cru» que nos revela relações/acções do dia-adia, tal e qual como elas são. Temos exemplos como o plano de Adèle (Adèle Ann Exarchopoulos) a comer o esparguete. Simples, sem truques, com qualidade. Bem como algumas cens como a da manifestação. Isto é a europa, este é o nosso quotidiano, as pessoas fumam.
O filme vai-se desenvolvendo com toda a calma do cinema francês, amadurecendo Adèle e permite-nos acompanhá-la lado a lado, em todas as suas qualidades e defeitos.
Assim, presos aos seus problemas e felicidades, começamos a sofrer e a rir com Adèle. O filme torna-se cada vez mais intenso. Muito também pelo tema controverso que apresenta, sempre rodeado de tensões sociais e pelo choque que causa a quem, como eu, não se encontra perante este tipo de realidade no seu quotidiano.
As cenas de sexo são muito explícitas e podem chocar grande parte do público. Se são desnecessárias? Não sei bem avaliar. Penso que dão um grande contributo para o objectivo de chocar e tornar este filme ainda mais intenso.
Gosto da vertente artística do filme, tanto palpavelmente pela vida deste casal, como pelas personagens criadas.
E é neste ambiente artístico que, mais facilmente, se consegue apresentar esta realidade da homossexualidade. Mais uma vez, ajudam-me a provar o ponto de vista de que existe um nível excessivo de promiscuidade nestes meios. Obviamente que não é o todo, mas também ninguém disse que o era. Apenas penso sempre ser importante «bater nesta tecla» pois acredito que de tanto «levarem na cabeça» poderão perceber como se poderão estar a prejudicar. Não consigo perceber qual o objectivo de expressar a sexualidade de forma tão promiscua se, depois, se sentem mal com a discriminação perante os seus actos.
Seguindo em frente. Grandes actrizes. Além de profissionais, corajosas. Não deve ter sido fácil contracenar, digamos, nestes preparos. Não vi falhas nas suas actuações. O filme é uma obra de arte excêntrica mas, ao mesmo tempo, terra a terra.
Tem também simbolismos e mensagens subliminares para os mais perspicazes.
Para quem não se importa de se chocar, vejam este filme. É um filme para se usufruir durante todo o visionamento e não focado no objectivo comum, o final.
Já agora, tem uma banda sonora que acompanha muito bem o filme.


The Wolf of Wall Street (http://www.imdb.com/title/tt0993846/)
Nota: 7

Começa como deve começar, com a apresentação das personagens, neste caso, do protagonista Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio). No entanto, começa melhor que muitos filmes. A forma como a personagem é apresentada é original e muito bem conseguida.
Logo no início conseguimos premunir uma grande actuação tal como este actor nos habituou desde sempre. Mesmo desde o início em «What's Eating Gilbert Grape».
A par de Leonardo DiCaprio temos um elenco de luxo que conta com, Matthew McConaughey (Matthew McConaughey!), Jonah Hill (sempre aquela personagem), Jean Dujardin (do filme «The Artist»), e muitos outros.
Mais um filme com grandes diálogos, não podendo ser classificado de «filme argumentista» visto que este também vive das grandes representações, planos e cenas muito bem conseguidas.
O diálogo deste filme apresenta-nos o poder de argumentação, técnicas de persuasão, acima da fasquia habitual. Algo que esperei que fosse apresentado em «Thank You for Smoking» e que ficou aquém das expectativas, aqui já adquiriu níveis mais elevados.
Muitas empresas poderiam tirar grandes ideias para montar processos que, na teoria, são simples. Munir os seus colaboradores de poder de argumentação direccionado ao ramos no qual desenvolvem a sua actividade, criar guiões/processos, organizando tudo e incluindo (sempre!) modelos que prevêem possíveis obstáculos e a forma de ultrapassá-los.
As tais cenas de loucura, demência (muita dela, ou quase toda, proporcionada pela febre do dinheiro), tornam este filme intenso. Tudo isto alavancado pela crescente tensão do filme que acompanha o crescimento desmensurado de Jordan Belfort.
Eles estão a viver o «American Dream», fazendo com que dê uns (quantos!) passos atrás perante este conceito. Não é «a minha onda», diga-se de passagem…
Este é um bom filme. Uma boa produção de Hollywood. Vejam que não são muitas.
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Mensagem por etiko » 08 nov 2014, 13:12

Madeo (Mother) (http://www.imdb.com/title/tt1216496/)
Nota: 7,4

O cinema coreano no seu melhor. Não é de admirar o filme ser bom visto que tem a origem que tem e foi filtrado por um amigo que sabe o género de filmes que gosto.
A cena inicial revela logo várias características que marcam o cinema asiático, é excêntrica, diferente, quase que fora do contexto. Tudo isto enquadrado em grandes planos. Sim, os planos! Neste filme, tal como não poderia deixar de ser, somos brindados vezes e vezes sem conta por planos espectaculares desde grandes planos a planos que evidenciam pormenores (como por exemplo a pinga de sangue no início do filme). As cores e os contrastes usados nos planos (bem como o enquadramento) fazem deles autênticos quadros, obras de arte.
A história, para não variar, é intrincada e com as reviravoltas suficientes, na medida certa e com sentido de oportunidade. Neste género de filmes, parece que poderíamos parar o filme no momento dessas reviravoltas e já teríamos um fim. São como que fins alternativos que o realizador encaixa de forma harmoniosa.
Para contar estas histórias, nada melhor que o seu próprio povo, cheio de personalidade própria e que nunca me conseguem desassociar as suas representações dos animes. Aqueles pormenores de humor inesperados e certas personagens, por vezes, figurantes, cheios de vontade própria. Demais!
Impossível não salientar a representação do protagonista, Yoon Do-joon (Bin Won), que representa o papel de um rapaz com um atraso mental. Qual Leonardo DiCaprio em «What’s Eating Gilbert Grapes» (bem talvez nem tanto, mas lá perto).
Obviamente que sugiro este filme a toda a gente. Explorem o cinema asiático.
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Mensagem por etiko » 30 nov 2014, 14:02

Coherence (http://www.imdb.com/title/tt2866360/)
Nota: 5,8

Um daqueles filmes que tinha para aqui. Devo ter visto o trailer em algum lado ou em algum momento e achei que poderia ter uma ideia engraçada.
Logo de início salta à vista o tipo de filmagem amador (ou a imitar este estilo). Não sendo câmara à mão, acaba por trazer a mesma onda. Quase como que uma imagem de filme classe B, apresenta-nos cenas curtas com cortes, como se carregassem no stop, tal como se faz em filmagens amadoras em casas e festas particulares. Até alguns movimentos da câmara são rápidos demais, como se aprende a não fazer em qualquer instrução básica. Penso que, como sempre, este estilo amador pretende transpor realidade ao filme. Sendo um filme classificado como sci-fi torna tudo mais difícil…
Mesmo que não soubesse de antemão que se tratava de um filme sci-fi , desde cedo, através da acção e dos diálogos, é-nos passada esta informação. Um erro, na minha opinião.
Toda a descontracção da conversa fiada que as personagens proporcionam quererá continuar a cumprir o objectivo de nos envolver num ambiente realista. Descarado demais para um olho mais atento.
Entretanto, com o passar da acção, começam a tornar tudo mais interessante e a puxar pela curiosidade. É aqui que voltam a pôr o filme no seu nível e revelam todo o enredo para que os menos perspicazes não percam o interesse (isto se, a esta altura, já não tiverem perdido). Resumindo, estragam o que estavam a construir.
No final, com o culminar da história, fazendo um apanhado de tudo o que nos é apresentado, conseguem passar uma ideia engraçada.
Não foi uma daquelas situações em que tinham uma boa ideia e que foram consultar os finais clichés que poderiam usar. Neste caso, acho que foi mais o terem um fim interessante para uma ideia engraçada.
Se sugiro o filme? Não sou grande conhecedor de sci-fi para poder sugeri-lo a quem gosta deste género. O melhor que posso dizer é, para quem tem uma hora e meia para ver uma ideia engraçada, que veja. Mas, existem outras «horas e meias» melhores.


True Grit (http://www.imdb.com/title/tt1403865/)
Nota: 6

Um filme dos irmão Coen…
A cena inicial traz-nos fantasia. O ambiente de «bola de vidro com neve lá dentro» torna-a ainda mais fantástica (de fantasia).
Um ponto positivo deste filme é o poder de argumentação da protagonista. Não estava à espera de argumentos tão bons vindos de tal personagem. Muito engraçado.
Outro ponto engraçado são os momentos de comédia, este filme tem alguns muito bons. É sempre importante para descontrair o espectador. Isto quando são bem encaixados. Uma boa personagem para ilustrar estes momentos é um dos personagens do gang dos maus, chamemos-lhe «o galináceo», muito engraçado.
Tal como os momentos de comédia, também é preciso saber encaixar os momentos de violência, sobretudo quando são à «Tarantino style», como é o caso deste filme. Pessoalmente, gosto muito.
Não sendo influenciado pela cena inicial, achei desde cedo e até ao final, que o filme tinha um «toque Disney», se é que me entendem. Por esta razão, e pelo filme no geral, fiquei com vontade de explorar melhor a filmografia desta dupla tão conceituada. Cada vez que me falam deles vem-me à ideia que irei ter um grande momento de cinema, pois é por isto que eles são conhecidos, bom cinema.
Neste filme em particular não fiquei impressionado positivamente. Não gostei muito do filme, possivelmente pelas altas expectativas. Obviamente que está bem escrito mas queria muito mais. Ficará para uma próxima.


Sin City (http://www.imdb.com/title/tt0401792/)
Nota: 8

Sim, o primeiro. Tinha na ideia que era um grande filme mas, como já não me lembrava bem do filme, decidi vê-lo antes de ver o segundo.
Penso que a melhor forma de analisar este filme é história a história.

The Yellow Bastard:
Esta primeira história tem um tema pesado que poderá chocar os mais sensíveis. Nunca é fácil de digerir histórias que envolvam maus-tratos a crianças, especialmente nos moldes em que são apresentados aqui. Por outro lado, ao apresentarem a criança vítima com uma personalidade e atitudes tão adultas, acabam por conseguir suavizar o choque do tema em questão.
O toque de comédia que mais gosto nesta história é a forma como os «martelos» (pessoas executantes dos trabalhos sujos de uma organização mafiosa) falam. Usualmente, este tipo de personagens são conhecidas pela sua ignorância e inerente capacidade para a violência. Nestes dois, temos, possivelmente, apenas a segunda característica pois a primeira é muito bem disfarçada pelo seu palavreado cuidado (ou não…).
Não parecendo, tendo em conta toda a descrição dada até agora, o tema central acaba por ser o amor. Temos aqui uma história que poderá rivalizar com o Romeu e Julieta. Grande Bruce Willis.
No geral, podendo até alargar-se a apreciação ao filme no seu todo, as personagens são muito boas.

The Customer is Always Right:
Esta é uma curta que cumpre as premissas deste tipo de filme, ou seja, intriga e deixa-nos a pensar. Um conceito muito interessante com um final aberto para servir tudo e todos. Curto e conciso e com qualidade. Não se pode pedir mais.

The Hard Goodbye:
Sei que a característica que vou enunciar se aplica a todo o filme mas quero realça-la, especificamente, nesta curta: grandes planos!
Outro ponto que se sobressai das restantes histórias: o protagonista! Esta foi a minha personagem preferida.
O seu modus operandi é como gosto, natural. Segue o seu instinto e a sua natureza. Não vai de acordo com as normas legais nem com as ilegais, vai de acordo com o que sente. Sendo ele diferente, age de forma diferente. Os seus métodos, a sua postura, tornam esta história macabra, tal como a primeira, mas por motivos diferentes.
Outra vez perante uma história de amor mas, aqui, perante dois tipos de amor. O amor que surge da surpresa e o amor instintivo, isto é, o amor de mãe.
O fim… será mau? Não sei bem… Será que importa? Penso que não. Toda a «viagem» é muito boa.

The Big Fatkill:
Por associar o Grindhouse ao Tarantino, aqui temos o seu estilo a actuar «à larga», não tivesse ele acompanhado a realização deste filme.
Mais amor à mistura mas, nesta história, sobressai mais a história da «Old Town». Temos uma ideia bem pensada de uma cidade comanda por prostitutas que sabem muito bem como se defender. O ambiente, as personagens e as suas funções, estão todas muito bem conseguidas.
As lutas e a forma como nos são apresentadas as «cenas ensanguentadas» fazem-me apelar ao estilo supramencionado. Sendo este um estilo que tanto gosto e olhando para a forma é contada, incluindo a sua reviravolta. Só posso dizer que adorei.

Existem características deste filme que são transversais a todas as histórias que o compõem. São histórias de amor passadas na Cidade do Pecado, cada uma com a sua visão do amor, mais ou menos destorcida.
Em todas as histórias temos o prazer de contar com grandes actores que nos oferecem grandes personagens.
Temos grandes planos durante todo o filme, sendo a sua melhor característica a forma como usam o contraste de cores. Fazendo sobressair cores de forma inteligente, no constante preto e branco.
A forma escolhida para narrar estas histórias é excelente. Uma sensibilidade perfeita entre a terceira e a primeira pessoa. Distanciando e aproximando da acção, tanto as personagens como nós, qual valsa.
Uma obra de arte! Obrigado!


Boyhood (http://www.imdb.com/title/tt1065073/)
Nota: 6,5

A primeira coisa que me fez querer ver este filme foi o trailer. Entretanto fiquei curioso por ouvir que tinha sido realizado durante 12 anos. Depois de ler, esclareço que o filme foi filmado num período de 39 dias, ao longo de 12 anos. Assim, os actores dão vida às personagens de uma forma mais realista, não tendo que recorrer a maquiagem e afins, para ficarem mais velhos. Estão naturalmente envelhecidos.
O filme acompanha a vida de uma família composta por uma mãe solteira e um casal de filhos. Através desta família e do seu convívio com as restantes pessoas que a rodeiam, conseguimos ficar com uma imagem geral do estereótipo americano.
Nada melhor que o Texas, e todo o seu ambiente nacionalista para construir esta imagem cliché que vem à ideia de muita gente quando nos referimos ao povo americano. Desde as campanhas eleitorais ao venerar das bandeiras, passando pela fé e outros pontos inerentes a esta cultura. Toda esta informação é-nos passada em pano de fundo, isto se, para o espectador, o importante for o quotidiano desta família.
Centrando-me na família, o filme começa por mostrar as típicas «guerras» e brincadeiras de um casal de irmãos. Toda a descoberta que Mason Jr. (Ellar Coltrane) vai fazendo do mundo que o rodeia e a forma como Samantha (Lorelei Linklater) arrelia o seu irmão. Típico.
Gostei especialmente desta fase inicial, por me identificar com algumas das situações. Mais ainda, tendo em conta a geração em que o filme se desenrola, acompanhando, mais ou menos, a minha. As músicas, os programas de televisão, um pouco de tudo.
Este é um daqueles filmes que nos faz pensar em certas situações da vida, por vezes julgando as personagens e por vezes identificando-nos com algumas atitudes, reacções e situações. Gosto deste género de filmes mesmo por estas razões.
Dito isto, poderia ser um filme que tivesse adorado. Penso que não adorei por faltar algo. Talvez ser um pouco mais pesado ou não ter umas passagens tão desconexas. Não sei bem.
Gostei de acompanhar as personagens ao longo destes 12 anos. É sempre bom conhecer uma história nova, especialmente com boas actuações. Não sabia que Ethan Hawke participava neste filme e fiquei contente quando apareceu. Por coincidência mesmo no dia em que eu tinha dito que gostava desse actor…
Para quem gosta de explorar o mundo musical, através de certos diálogos, aprende-se um pouco acerca de algumas bandas americanas.
É um filme interessante, vale a pena ver.


Sin City: A Dame to Kill For (http://www.imdb.com/title/tt0458481/)
Nota: 7,1

Depois de ter visto o primeiro não poderia esperar muito para ver a sequela.
Admito que estava influenciado pelas opiniões que me tinham dado deste filme (disseram-me que era pior que o primeiro) e, por esta razão, vi-o com «um pé atrás».
A opinião geral que tive do filme foi que está «mais banda-desenhada», ou seja, recorre muito mais à animação. Este facto não o faz melhor nem pior, apenas diferente. As animações são muito boas, parecendo que estamos a ler a banda-desenhada.
Este filme também é mais bruto. Tem muito mais violência, sangue, lutas, tem mais acção. Mais uma vez, não é melhor nem pior, é outra forma de apresentar o filme.
O que se mantém é o ambiente, a Cidade do Pecado; as boas personagens, desde as já conhecidas do filme anterior às novas; e o amor nas suas várias perspectivas.
Foi pena ter visto uma «versão normal» e não uma extended version, como aconteceu na última vez que vi o Sin City. Digo isto por faltarem as divisões entre as várias histórias, com aquele aspecto de capa introdutória. Sempre são mais uns toques artísticos a nível de lettering e desenho.
Sentido falta desta divisão, fui pesquisar os títulos das várias histórias e, assim, deixo aqui a minha opinião em relação a cada uma delas.

Just Another Saturday Night:
Apenas mais uma noite de Marv (Mickey Rourke), a minha personagem preferida do primeiro filme. Ficámos a conhecer as suas origens, deu-nos cenas de violência como já nos habituou, introduzindo a violência toda que estava para vir neste filme.

The Long Bad Night (Part I):
A grande nova aquisição de Sin City, Johnny (Joseph Gordon Levitt). Sendo eu um fã deste actor, não poderia deixar de ficar contente com a sua aparição. Como sempre, traz-nos uma grande actuação. Esta foi a minha personagem preferida nesta sequela. Gostei do ambiente de jogo, explorando bem a sorte e azar a vários níveis. A violência eleva-se muito nesta parte da história, especialmente pelos dedos de Johnny.

A Dame to Kill For:
Talvez a melhor história. Dá umas reviravoltas interessantes. É a história que se mantém mais fiel à exploração da temática do amor, na sua perspectiva sexual. Este antigo (para nós novo) Dwight McCarthy (interpretado aqui por Josh Brolin) traz-nos uma visão da paixão cega, tal como deve ser, sem qualquer pingo de racionalidade. A sua luta interior acompanha muito bem a acção pois esta é a história que, possivelmente, terá mais acção. Quando Miho (Jamie Chung) entra em acção, haverá sangue de certeza.
A demência de Ava Lord (Eva Green) dá um grande contributo para a excelência deste «episódio», juntamente com Marv e Manute (Dennis Haysbert).

The Long Bad Night (Part II):
Continuamos a acompanhar Johnny na sua demanda. Mantém a sua postura a todo o custo e não desiste dos seus ideais. A sua personalidade fará com que Sin City revele um pouco mais dos seus pecados. Eleva o enredo e alimenta os sentimentos negativos que a maioria dos espectadores terá pelo «mau da fita», como que introduzindo o próximo capítulo.

Nancy's Last Dance:
Sem Nancy Callahan (Jessica Alba), Sin City não seria a mesma. Ela tanto serve de adereço de cenário, levando algumas personagens a revelarem os seus pensamentos, como de «estrela da companhia», com todos os focos centrados nela.
A sua história de amor transforma-se aqui em vingança. Ficamos agarrados ao enredo, sofrendo com Nancy, quase que querendo ajudá-la.
A sua degradação leva ao seu renascimento, ao acordar. Mais não digo.

Fazendo um balanço final, estes dois filmes cumprem a regra de que o primeiro é sempre o primeiro. Ou seja, o primeiro filme trouxe a novidade, um estilo novo e deu-nos a conhecer este mundo. Agora, só peço que não parem e que continuem a trazer mais histórias da Cidade do Pecado. Há sempre boas histórias para contar se explorarem as entranhas desta cidade.
Vejam!


Twin Peaks: Fire Walk with Me (http://www.imdb.com/title/tt0105665/)
Nota: 7,4

Depois de saber que David Lynch ia fazer a segunda temporada de Twin Peaks, decidi finalmente pegar nesta série de culto.
Adorei a série! Todo o ambiente sobrenatural muito bem disfarçado (até certo ponto) pelas próprias personagens que são estranhas o suficiente para cultivar este ambiente, deixando-me a pensar, inicialmente, se seria por elas que o ambiente era como era ou se havia algo mais.
O que mais agarra na série é mesmo o mote de «quem matou a Laura Palma?». Queremos incessantemente descobrir o culpado pois conseguimos desconfiar de tudo e todos, ainda mais quando começamos a conhecer todas as (estranhas) ligações que as personagens têm entre si.
Após a grande revelação, quando finalmente se descobre quem é o assassino, a série cai um pouco, visto que o grande mote é desvendado. A partir daqui, começa a busca pelo «porquê?». Começamos a conhecer o mundo verdadeiramente sobrenatural por trás de Twin Peaks e do assassino de Laura Palmer.
Como qualquer boa série, estamos agarrados à personagens e ao ambiente que as rodeia, e queremos mais e mais para podermos continuar a acompanhar a vida, neste caso, de Twin Peaks.
A série acaba quase que prometendo uma segunda temporada. Deve ter sido difícil para quem a viu na altura em que foi feita. Não sabendo que iria haver uma segunda temporada. Ou talvez soubessem, se acreditassem na promessa de Laura Palmer… Aqui, vi que David Lynch é mesmo um rei do cinema. Grande projecto a longo termo.
Mas o vício não acaba com o fim da série porque ainda há este «doce» para quem está agarrado a Twin Peaks. Este filme vem-nos dar aquilo que a série não deu, ou seja, conhecer melhor Laura Palmer.
O filme começa bem, com uma personagem excêntrica muito interessante, Lil.
Depois, os agentes do FBI vão averiguar o caso que na série é apenas referido, a morte de Teresa Banks. Esta morte deu-se noutra cidade mais suja que Twin Peaks e com personagens ainda mais estranhas, autênticos «bichos-do-mato». Não era nada mal pensado fazer uma série passada nesta cidade, fica a ideia…
E, finalmente chegamos a Twin Peaks e à personagem que tanto se esperava. Conhecemos Laura Palmer e todos os seus defeitos bem como algumas virtudes. Uma miúda baralhada com muito para esconder.
O que mais gostei neste filme foi a cena passada na sala vip (chamemos-lhe assim) nas traseiras do bar, onde Laura Palmer revela a Donna um pouco do seu mundo obscuro. Adorei todo o ambiente que envolve essa sala e a forma como as personagens se envolvem com o espaço. É nesta cena que temos o privilégio de ver o melhor plano do filme (na minha opinião obviamente). A câmara a explorar lentamente um chão composto por beatas e garrafas. Uma sujidade extrema que nada destoa com as interacções das personagens que compõem esta cena.
Aproveitando o ambiente de bar posso referir que a nível de banda sonora este filme está mais completo visto que a série acaba por ter apenas umas três músicas de fundo, felicidade, tristeza e amor.
O que gostei menos foi o facto de Donna ser interpretada por uma actriz diferente. Isto acaba por fazer com que o filme perca um pouco de força no que diz respeito à ligação entre este e a série.
O balanço final foi muito positivo e deixou-me com vontade de ter mais, como já esperava. Agora é rezar por uma obra de arte para os inícios de 2016. Entretanto vou-me ocupando a explorar os trabalhos de David Lynch.


Frank (http://www.imdb.com/title/tt1605717/)
Nota: 6,6

Ao ver o trailer deste filme deparei-me com um conceito muito engraçado, um cantor excêntrico que nunca (nunca mesmo!) tira o seu adereço, uma cabeça gigante, qual boneco animado.
Este filme tem um grande início onde vemos que para Jon (Domhnall Gleeson) tudo é música. Ele passeia pelas ruas da sua pequena cidade e faz letras de tudo o que vê, com os mais pequenos pormenores (passo a expressão). Promete desde cedo ser um filme excêntrico, uma autêntica «fritadela», diga-se.
Depois, todo o desenrolar da acção é despoletado pelas demais «avariadas» personagens, criando cenas desconexas, fora do normal. Tais personagens têm (e vão) de se afastar da sociedade para darem aso à excentricidade da criatividade.
É neste ambiente afastado da sociedade que conhecemos melhor Frank e companhia. Deparamo-nos com os momentos mais hilariantes e tentamos percebê-los.
Gostei do conceito apresentado, através da luta interior de Jon, da desmistificação da escuridão por detrás de certos criadores de música. A sua busca pelos seus sentimentos mais recônditos.
No final, após conhecer a verdade acerca de Frank, disse que esta personagem deveria existir, era bom que assim fosse. Estes personagens excêntricos temperam o nosso mundo que tende a ficar cada vez mais padronizado, dentro de tanta pseudo-diferenciação.
Depois de pesquisar, descobri que Frank existiu. Chris Sievey era o seu nome e Frank Sidebottom o seu nome artístico. Na realidade, ele era mais excêntrico do que o Frank apresentado no filme. Pena que cantava pior que o Frank ficcional. Explorem esta personagem tão interessante e oiçam a sua música. Em termos de musicalidade, tem umas músicas muito interessantes.
Vale a pena ver este filme para ficarem a conhecer esta personagem, por algumas mensagens que nos são passadas bem como pela música em si. Para quem gosta de música, vale ainda mais a pena, tanto pelo ambiente e dilemas que rodeiam estes artistas, como pela sua criatividade a nível de métodos e execução.


Rabbits (http://www.imdb.com/title/tt0347840/)
Nota: 7

E este foi o meu regresso ao mundo de David Lynch. Arriscado. Podia ter sido uma viagem sem regresso.
Nem toda a gente conhece esta obra, visto não ser um filme «normal» (caso existam filmes normais de David Lynch). Digo normal na forma como é montado, olhando para a sua estrutura (será que este filme tem estrutura?).
Esta é uma média metragem composta por várias partes. É-nos apresentado um palco com um cenário composto por um sofá, uma mesinha com um telefone, uma tábua de passar a ferro, uma entrada (ou saída) para o resto da casa e uma porta de entrada. Tal e qual um teatro.
Para completar a peça precisamos de actores e público.
Os actores estão vestidos de coelhos com roupas de pessoas. São três e, dentro das «peles de coelhos, temos Jack (Scott Coffey), Suzie (Naomi Watts) e Jane (Rebekah Del Rio e Laura Harring).
A audiência participa cada vez que alguém (ou melhor, um coelho) entra pela porta da rua ou quando se lembram de rir, em cenas que nada têm de comédia. Estas risadas são a única coisa mais perto de comédia que podemos ter neste filme. No entanto, a forma descabida como acontecem, acaba por torná-las mais macabras do que engraçadas.
Temos a peça completa. Agora só falta a história e a acção que a conta.
A história… Acho que não podemos dizer que temos uma história visto que não há um princípio, um meio e um fim.
Mas temos acção. Esta acção é composta pelos movimentos repetitivos dos coelhos, pelos seus diálogos soltos, pelo demónio e pelo fósforo.
Falo em diálogos soltos pois um dos coelhos fala, por exemplo, em horas, e outro coelho só fala deste temas uns diálogos depois. Não falo mais do demónio e do fósforo por que não há muito mais a dizer.
Temos ainda momentos musicais e o declamar de estrofes obscuras que nos tentam contar algo que fica apenas na imaginação de cada um.
Tal como um sonho, isto é, um pesadelo, a acção não faz muito sentido, a não ser para quem o está a ter (e mesmo assim nem sempre). A minha interpretação pessoal é mesmo esta, isto poderá ser um pesadelo de David Lynch. Se muitos de nós escrevêssemos os nossos pesadelos, assim que acordamos sobressaltados, poderiam haver mais obras destas.
Macabro, obscuro, esquizofrénico, terrorífico, estes são alguns dos adjectivos que posso utilizar para descrever este filme.
Juntando a mestria de David Lynch em construir grandes momentos cinematográficos a esta narrativa, temos um produto final a que se pode chamar arte. Tal como a restante arte, especialmente este género mais abstracto, não é para toda a gente. Uns vão gostar e outros vão odiar. No entanto, penso que todos deveriam ver, de noite, sozinhos.
Depois podem ir ler acerca deste filme e irão encontrar o mesmo que eu, várias interpretações muito pessoais de pessoas que adoraram e odiaram.
Acrescento que vi esta sequência de cenas com má qualidade de imagem e de som (desfasado), o que tornou tudo muito mais atrofiado. Deixo aqui o pedido de me contactarem caso descubram um dvd original com este filme. Gostava de ter esta obra de arte.
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Mensagem por djhifi » 02 dez 2014, 18:35

5.8 ao Coherence?

Bem gostos são gostos mas não consigo acreditar.

Do melhor sci fi que já vi.
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Mensagem por etiko » 08 dez 2014, 15:17

djhifi Escreveu:5.8 ao Coherence?

Bem gostos são gostos mas não consigo acreditar.

Do melhor sci fi que já vi.
Como expliquei não sou aficcionado deste género, o sci-fi. As notas que dou expressam a minha experiência e não o valor do filme. Um bom exemplo foi o Boyhood. As notas acabam por ser uma referência pessoal com a qual muita gente poderá não se identificar.
É bom termos opiniões diferentes em prol da diversidade.
Aproveito para agradecer o comentário.
Há que dar vida a esta rubrica.
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Mensagem por etiko » 12 jan 2015, 21:29

Lymelife (http://www.imdb.com/title/tt0363780/)
Nota: 6

A doença de Lyme, quando diagnosticada tardiamente e não sendo tratada devidamente, causa grandes distúrbios devido à «disfunção das funções intelectuais», uma das complicações inerentes a esta doença.
É através desta doença que são despoletados os problemas de Charlie (Timothy Hutton) e que ainda assistimos a alguns momentos caricatos pelas medidas de prevenção aplicadas a Scott (Rory Culkin) pela sua mãe. O papel da doença de Lyme neste filme não abrange muito mais que estes pontos.
O estado de incapacidade de Charlie é acompanhado pelo seu desemprego, problema que é comum a grande parte das sociedades actuais que perecem e/ou pereceram às mãos da crise, o qual é alvo de avaliação neste filme. A degradação familiar iniciada por problemas provenientes do desemprego é um tema fácil de estereotipar tendo em conta que, infelizmente, todos nós estamos familiarizados com este problema. A forma como é apresentada a degradação está muito realista, mostrando a crescente inércia do afectado e a falta de forças para reparar os danos, por parte de quem o rodeia.
Por outro lado, apresentam-nos a «vida perfeita dos subúrbios». Isto é, o conceito de comunidade onde todos ajudam para um crescimento sustentado e em que todos avaliam se cada papel está a ser bem desempenhado. Obviamente que falo de forma sarcástica quando digo que este tipo de vida é perfeito, tendo em conta que existe sempre o «parecer ser» em vez de apenas se ser. Pois esta forma natural de ser acarreta julgamentos. Quem «parece ser» não gosta de ver os outros, naturalmente, ser. É mau enfrentar os ressentimentos cara a cara.
Este conceito de «vida perfeita dos subúrbios» é representado pela família chefiada por Mickey Bartlett (Alec Baldwin). Rapidamente percebemos que a velha máxima é verdadeira, dinheiro não é tudo (nunca menosprezando a sua importância).
Todo o filme roda à volta das «psicologias» por detrás das discussões familiares. Mais que isso, dos problemas familiares. Podemos ainda ver um pouco dos problemas da comunidade. Gosto destas abordagens que apelam ao nosso espírito crítico e nos fazem discutir/pensar. No entanto, neste filme não vão tão longe quanto eu gosto. Não temos nenhum problema verdadeiramente chocante nem os problemas apresentados são expostos com os melhores argumentos. Ou seja, não há aquela base com mestria, com diálogos que nos trazem ideias muito diferentes.
Penso que se adequa «falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada».
Não é um mau filme, apenas não deslumbra.


Batman Begins (http://www.imdb.com/title/tt0372784/)
Nota: 6,7

Não sou grande fã de filmes de super-heróis, chamemos-lhes assim.
No entanto, com tanto alarido à volta da série «Gotham», tive de dar uma espreitadela. Ups, fiquei viciado. Adorei a série e estou desejoso que chegue a segunda temporada.
Não havendo mais episódios da série, tendo em conta que quero explorar a fundo o top250 do imdb e, ainda, as recomendações que me fizeram da trilogia de Christopher Nolan, decidi ver esta trilogia.
Visto que não conheço bem a história do Batman, as comparações que posso fazer neste momento serão para com a série «Gotham».
Olhando agora para este primeiro filme. O cenário inicial baralhou-me. Ainda fiquei na dúvida se não estaria a ver o «The Last Samurai», até que disseram a palavra mágica, Wayne.
Ok, estou a ver o Batman. Bora lá para Gotham, quero ver porque criticam a cidade da série, porque a acusam de não ser tao dark quanto a do filme (ou a dos filmes).
Chegando à cidade de Gotham vejo uma cidade mais futurista. Muito pela estrutura que sustenta o comboio. Sinceramente, achei a cidade da série mais escura e suja. Mas a seu tempo a cidade foi ficando com esse aspecto (no filme). Até gostei assim, acompanhou a «sujidade» da acção, o aprofundar da história nas entranhas da corrupção e criminalidade, nos seus podres.
Algo que gosto de avaliar, quando conheço as histórias base, é a fidelidade com que estas são representadas. Não conhecendo a história original, mais uma vez digo, que só poderei comparar com a série.
O ponto principal desta história (pelo menos no meu ponto de vista) é o desaire da família Wayne. Este é retratado de forma completamente diferente no filme e na série, tanto na sua forma como na sua essência, mudando a posição que poderemos ter perante a personagem de Thomas Wayne (Linus Roache), o pai. Mesmo que ao longo da história (no filme), através de diálogos, aproximem a personalidade de Thomas daquela que poderá ser considerada, A sua personalidade.
Depois é-nos apresentado Falcone (Tom Wilkinson) e foi nesta personagem que senti uma maior disparidade. A sua personalidade é totalmente diferente. A título pessoal, gosto mais da personalidade do filme, o verdadeiro vilão com mau fundo. Talvez na série estejam a ter uma boa abordagem pois podem utilizar o lado «bom» de Falcone para criar mais intrigas e «embrulhar» mais a história. Veremos.
Temos também um Jim Gordon (Gary Oldman) totalmente diferente e tenho exactamente o mesmo sentimento que tenho com a personagem de Falcone. O Gordon do filme serve perfeitamente a linha do filme tal como o da série encaixa perfeitamente nesta.
Olhando para estes últimos parágrafos cheguei a uma conclusão. Tenho de separar a série dos filmes. Terei talvez de separar estes filmes dos restantes filmes do Batman. Cada um interpreta as personagens à sua maneira. Tentarei comparar apenas as histórias. Acaba por ser uma tarefa difícil tendo em conta que a personalidade das personagens acaba por ter influência na história. Poderei então olhar para a história em traços mais gerais e comparar.
Um pequeno aparte, adorei as alucinações. Pensei que ia ver bons efeitos especiais neste filme mas apenas as alucinações cumpriram esta expectativa (e nem todas).
Falando de expectativas, mais uma vez, foram «elas» que «estragaram» a experiência. Tinha expectativas muito elevadas e não senti que fossem alcançadas (quanto mais superadas). Mesmo assim, o segundo filme é que é o tal… dizem.


The Dark Knight (http://www.imdb.com/title/tt0468569/)
Nota: 6,9

Uma coisa que me chateia em sequelas é a alteração de um actor ou actriz na representação de certa personagem. Só me lembro de isto funcionar em Sin City, no caso de Dwight, e por razões muito específicas, ou seja, acabam por existir mesmo dois «Dwights». E lembro-me de não funcionar (mesmo anda!) em Twin Peaks, no caso de Donna. Agora, também não funcionou para Rachel (primeiro Katie Holmes e depois Maggie Gyllenhaal). Este julgamento não é por a primeira ser melhor ou pior mas sim, por gostar de olhar para os filmes/séries como algo real. A não ser em sci-fi (ou de forma bem sustentada), uma pessoa é una e singular (fisicamente pelo menos…).
Desilusões à parte, temos o Joker para nos deliciarmos. Desde sempre a grande personagem de Gotham, a par do Batman. Grande actuação de Heath Ledger, algo que toda a gente sabe.
Para mim o que faz deste filme um filme melhor que o anterior é a tensão. Esta segunda parte da trilogia agarra-nos mais ao ecrã pela tensão existente na história e Joker é o responsável, em grande parte.
Temos aqui uma excepção que dá uns pontinhos extra a este filme, o facto de uma das partes posteriores de uma sequela ser melhor que a primeira. Bem feito. Se nos filmes a tensão, o auge da acção, é a meio (segundo a estrutura tradicional), porque não fazê-lo numa trilogia?
Outro ponto de que gostei, outra vez através de uma personagem, foi da personagem Harvey Dent (Aaron Eckhart). Comparando com o Harvey Dent da série, penso que poderei dizer o mesmo que disse de Gordon e de Falcone, todas estas personagens cumprem o seu papel em meios distintos, ou seja, no filme e na série. No entanto, desta vez, o meu favoritismo tende para o lado do Harvey Dent do filme por ter sido muito mais explorado que o da série (e porque gosto deste actor nesta linha de dar a cara por causas, relembrando-me o filme «Thank You for Smoking»), o qual ainda terei de avaliar melhor.
Realço a caracterização da personagem «Two Faces», muito bom. Aproveito esta parte mais técnica para dizer que, neste filme, assistimos a uma melhoria nos efeitos especiais (quanto mais recente mais avançada a tecnologia disponível), o que, possivelmente, ajuda nos exageros cometidos por Batman.
Aqui levanto um dilema, se o Batman destes filmes não possui superpoderes e tudo é feito através de tecnologia, poderei criticar os excessos tal como faço nos restantes filmes? Ou será que não é permitido por ser o Batman? Estou a ser irónico. Não gosto de exageros e acho que este filme perde por isso. Obviamente que o facto de não ser grande fã deste tipo de filmes fomenta esta opinião. É por a série ser mais «terra-a-terra» que gosto mais da série.


Meet Joe Black (http://www.imdb.com/title/tt0119643/)
Nota: 6,9

Esta é a minha opinião escrita «à la carte». A FreedOM pediu para que eu visse este filme e o avaliasse. E eu não hesitei, mal olhei para o elenco. Só não o vi mais cedo porque o filme tem três horas e não tive tempo, entretanto.
Este é um daqueles filmes que suscitam o problema de se escrever uma opinião sem se fazer spoiler. Isto porque para mim qualquer pormenor é spoiler. Penso que se me referir à personagem de Joe Black como ela, resolvo o problema de não estragar aquela intriga inicial. Tanta coisa por causa do suspense inicial, mas pronto, para mim foi interessante e acredito que para muitos também será, se houverem muitos que ainda não viram este filme, o que não acredito.
Acho que ainda não tinha visto este filme, pelo menos não me lembro de ter visto. Por outro lado, tinha a sensação de que sabia que havia este tipo de mistério.
Tal como já referi, temos um início intrigante que nos prende, fazendo com que queiramos mais. Não é imediatamente explicado e o despertar da curiosidade continua, adensando-a. Realço aqui o simbolismo de William Parrish (Anthony Hopkins) de joelhos, como que apelando por algo a Deus. Pormenor interessante.
São-nos apresentadas mais personagens, Brad Pitt aparece e Susan (Claire Forlani) começa a revelar a sua posição em relação à vida. E…. choque! Literal e adjectivamente. A cena já estava a ser interessante mas ficou melhor. Este plano Já se viu noutros filmes mas nunca o tinha visto enquadrado desta forma, adorei.
Mais tarde, percebi que esta cena serviu para tirar todas as dúvidas que poderiam surgir aquando da revelação na biblioteca de William Parrish. Perante isto, tenho sentimentos opostos. Queria que a cena não existisse para que a revelação deixasse mais dúvidas «no ar» e, por razões óbvias, queria que a cena existisse. Pela ligação que esta cena tem com a revelação, pode ser reduzida a um pretexto para a revelação, mas espero que usufruam dela como algo mais. Tudo isto de forma geral, pois haverão mais referências à cena e não apenas à parte final desta (que é ao que me refiro nestes dois parágrafos).
O filme foca uma temática intemporal, daqueles temas que nos podem deixar horas a discutir e a fazer suposições (como por exemplo, o que faríamos se ganhássemos o euromilhões). Encontrarmo-nos com a personagem central, conversarmos com ela, termos certezas em relação aos timings que nos irá impor. Para os sonhadores, dá que pensar.
A personagem de Joe Black tem um lado bom, descobre os prazeres, usufrui deles, é ingénua, conhece tudo o que de bom e mau existe na vida. A sua ingenuidade é vasta e apela aos dotes de Brad Pitt para que este sentimento nos seja passado de forma natural e completa. Pormenores como a sua comunicação universal (falo do sotaque para com a senhora doente), mostram o nível elevado de actuação deste actor. Consegue interpretar na perfeição três personalidades e todas as variações emocionais que estas sofrem. Muito bom.
A par da sua representação, temos o Senhor Anthony Hopkins que não poderia desiludir e Claire Forlani que é, para mim, a personagem mais expressiva. Como acho que este filme «fala muito com os olhos», Claire Forlani é a que representa o melhor papel a este nível. E não só pelos seus lindos olhos.
Este é um filme com uma estrutura clássica. Segue todos os parâmetros relativamente à organização estrutural de uma «história bem contada». Tem como suporte estes grandes actores e, ainda, o tema interessante. É a verdadeira definição de um filme consistente.
A título pessoal, falta sempre aquele toque diferente, comparativamente a tudo o que já vi. Neste ponto, não deslumbrou mas também não desiludiu. São as tais expectativas.
É importante dar valor a tudo o que dizemos e, assim, posso resumir o filme (à parte do tema controverso) com a seguinte questão: todos nós devemos pagar pelas nossas palavras? Yes!


Rurôni Kenshin: Kyôto Taika-hen (Rurouni Kenshin: Kyoto Inferno) (http://www.imdb.com/title/tt3029558/)
Nota: 7,4

Finalmente! A tão aguardada sequela!
A qualidade manteve-se, comparando com o primeiro filme. As lutas são espectaculares, algumas são autênticas danças.
As personagens são muito boas. Neste filme há que destacar Shishio. Já tinha comparado a personagem de Himura Kenshin com o da série e agora não posso deixar de realçar as parecenças de Shishio, muito bem caracterizado.
Um aficionado das animes poderá fazer uma análise mais completa destes filmes, comparando, principalmente, a história. Mas tal como referi na crítica ao primeiro filme, posso escrever acerca da experiência que tive, tal como faço em todos os filmes.
Assim sendo, algo que gostava de realçar são os valores intrínsecos na cultura representada nestes filmes. Consegue-se facilmente identificar a honra dos samurais, a crença dos dos habitantes das cidades e aldeias, as convicções dos mais capazes e muito, mas muito, simbolismo. As culturas orientais têm muitas lendas, contos e mitos que suscitam esta quantidade elevada de simbolismo que podemos extrair das suas obras.
É esta riqueza do cinema asiático que não consigo deixar de referir cada vez que vejo um bom filme proveniente desta região.
Fico à espera de mais e mais filmes deste grande samurai e de todas as personagens que compõem o seu mundo.


Fear and Loathing in Vegas (http://www.imdb.com/title/tt0120669/)
Nota: 8,0

Estava a dar na televisão esta obra de arte e fiquei com o filme na cabeça. Passado um ou dois dias tive de «puxar para trás» e vê-lo. Impossível de não rever!
Este é um filme excelente para se ver com os amigos mas sozinho também não se perde nada.
Há uma palavra perfeita para descrever este filme: Grande!
Grande caracterização. Temos Johnny Depp e Benicio Del Toro em grande nível, especialmente a careca de um e a barriga do outro.
Grande narração misturada com os diálogos. Tal como a psicose de certas drogas leva à mistura entre a realidade e a fantasia, também a voz off do narrador se mistura com os diálogos.
Grandes actuações. Não será preciso alongar-me muito pois já referi o nome dos dois grandes actores protagonistas desta viagem psicadélica.
Grandes planos. Planos muito engraçados e com grande qualidade como só poderia acontecer num filme desta qualidade.
Grandes mocas. A panóplia de drogas consumidas por estes dois compinchas é indescritível. E assim conseguimos obter momentos inacreditáveis de comédia ao mais alto nível. Estas foram as mazelas deixadas pelos loucos anos 60. Realço que bons filmes de comédia não são fáceis de encontrar (tendo em conta o número de maus filmes deste género que ofuscam os restantes).
Grande crítica. A crítica que mais gostei neste filme foi a da convenção de polícias. A forma exagerada como descrevem o perigo de consumo de certas drogas, juntamente com a caracterização (também exagerada, espero eu…) que fazem dos polícias, traz-nos momentos de ridicularização da força policial antidrogas daqueles anos. a propaganda apresentada na convenção é demais.
Grande filme! Basta juntar todas as apreciações feitas anteriormente.
Resumindo, vejam este filme e preparem-se para entrar num mundo «apocalípsico» (apocalíptico dentro da cabeça?!). O pior é se não conseguirem voltar…
Ah! Grande banda sonora!
homofobico
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O ultimo filme que vi foi...

Mensagem por homofobico » 24 jan 2015, 05:26

Darwin awards, 2006

Basicamente é um filme sobre a investigação de mortes tão estúpidas na sua causa que merecem um "darwin award" porque como os estúpidos se eliminam a eles próprios, fazem um favor à evolução.

Estes prémios existem na realidade.

Um filme com a Winona Ryder, actriz que nunca soube representar mas sempre foi linda de morrer e com o Joseph Fiennes.

Surpreendeu-me porque não o conhecia.

Gostei.
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