O ultimo filme que vi foi:

Antevisão dos filmes mais esperados, críticas, apreciações.

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etiko
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Mensagem por etiko » 01 fev 2014, 18:12

Only God Forgives (http://www.imdb.com/title/tt1602613/)
Nota: 6,3

Outro filme com Ryan Gosling e mais uma vez mantém as características que se lhe estão a tornar inatas: passivo e capaz de violência extrema. Começo a acreditar que fazem filmes destinados a incorporar este "estilo de Ryan Gosling", se já o podemos chamar assim. Agora vamos lá falar do filme...
É um filme parado e estranho. Até aqui tudo bem.
Se quisermos simplificar ao máximo a história, podemos dizer que, basicamente, trata da vingaça de mafiosos ou da luta de mafiosos contra a autoridade. A forma como a história é contada não tem nada de básico, os planos são estranhos e parados com personagens muito peculiares, muitas das cenas são quase que tenebrosas (algumas são-no mesmo). Tem planos muito bons. A forma como as cenas estão organizadas e certos planos mostram que este filme se acaba por encaixar no "cinema de autor", dando azo a várias interpretações. Podemos até falar de fantasia e/ou misticismo sem que isto seja absurdo.
No meu ponto de vista, a base deste filme é o conceito de "justiça pelas próprias mãos", por parte dos mafiosos (como já é habitual) e da autoridade que até a chegar a impor. Este é um tema interessante para se explorar no cinema.
Não tenho muito a dizer em relação a este filme. Penso que pela descrição que fiz facilmente se consegue transformar este filme num Grindhou, obviamente, pelas mãos de Quentin Tarantino.
Este filme ficou muito aquém das minhas expectativas, mas não odiei, apesar de compreender que não goste.
Há que dar mérito a este realizador, Nicolas Winding Refn, pelas cenas de violência - neste e noutros filmes - que tão poucos sabem fazer tão bem.


Det sjunde inseglet (The Seventh Seal) (http://www.imdb.com/title/tt0050976/)
Nota: 5,7

Há uns dias disseram-me que viram este filme e a opinião não foi boa. Como me tinha "cruzado" com este filme, e principalmente pelo realizador, já o queria ver. Foi o primeiro filme de Ingmar Bergman que vi mas ainda não desisti.
O facto do filme ser a preto e branco, neste momento não tem uma influência negativa na minha opinião pois já vi grandes filmes nestes tons (o "Pi" é um bom exemplo deste tipo de filmes).
Logo de início atribuí aos diálogos "à época" um ponto de vista teatral para que, mais facilmente, conseguisse não julgar o filme antecipadamente, dando-lhe uma oportunidade, sendo o filme de quem é. Podemos vê-lo como que uma peça de teatro com recursos extras, ou seja, uma peça de teatro vista na televisão, podendo recorrer a planos exclusivos de expressões, por exemplo.
O filme fala da peste negra, que assombrou a Europa em tempos idos fazendo com que a fé e a religião crescessem desmedidamente. Nesta época dos cruzados, em que a igreja estava no seu auge, o fanatismo propagava-se sem esforço, a par com estas desgraças. É de referir as procissões de autoflagelação lideradas pelos padres que "beneficiavam" de toda esta situação previlegiada da religião cristã e que, perante estes momentos de caos, facilmente moviam o povo tais peças de xadrez.
Falando de xadrez, este é um dos chavões do filme visto que toda as pessoas que conhecem ou já ouviram falar do filme referem-no. A base do filme é o jogo de xadrez entre o protagonista e a Morte, uma analogia à luta incessante das pessoas contra este desígnio - até hoje - impossível de escapar.
Resumindo, este filme foca a religião (todas as suas crenças e dogmas), a eterna discussão da Morte (a forma fantasiada como é explroada está interessante) e as crenças, medos e atitudes do povo desta época, perante estas e outras situações.
Tenho de explorar "com peso e medida" mais filmes deste realizador pois acredito que tenha boas obras. Para quem não está habituado a filmes desta altura (como é o meu caso), penso que não devem começar por este.
Última edição por etiko em 10 mar 2014, 21:27, editado 1 vez no total.
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Mensagem por etiko » 02 fev 2014, 21:28

Tom Yum Goong (http://www.imdb.com/title/tt0427954/)
Nota: 7

Voltei a ver este filme visto que saiu a continuação e quero ter a história “fresca” para ver este segundo filme.
Vou começar por falar do que não gostei do filme, pois esta parte era a que não me lembrava bem. Algumas partes deste filme têm uma acção típica dos filmes de acção – passo a redundância -, isto é, perseguições de carros, muitos tiros em vão, as típicas lutas que começam por correr mal e, “por coincidência”, acabam sempre por correr bem para o lado do “bom da fita”. A história também não é nada de mais, a procura incessante pelos elefantes roubados.
Por outro lado, a história envolve pelo carinho existente entre o personagem principal (carinho que podemos extrapolar para todo o povo tailandês), fazendo com que sintamos alguma tensão em certos momentos. Também acabamos por ficar a conhecer a cultura dos guerreiros que protegem o elefante do rei e a honra que é para uma família tailandesa, o rei escolher o seu elefante como seu. Acaba por ser interessante.
Todo este enquadramento serve para que Tony Jaa possa mostrar os seus dotes de lutador. E é aqui que se centra toda a minha atenção. É esta a razão pela qual gosto dos filmes deste actor e mais uma razão para que tenha voltado a ver este filme (saliento que são poucas as vezes que vejo filmes uma segunda vez).
Este actor veio preencher a lacuna existente no cinema desde a morte de Bruce Lee. Até então nunca houve ninguém digno de ser nomeado como seu substituto. Obviamente tem de se dar sempre primazia aos pioneiros pois não têm onde basear-se e abrem o caminho a quem queira usá-los como exemplo para aprimorar todo o seu trabalho. Foi isto que Tony Jaa veio fazer, utilizar as novas técnicas do cinema para, juntamente com o seu talento, elevarem a fasquia dos filmes de lutas – espero até aparecer o próximo... (verdade seja dita que a menina do filme “Chocolate” ajuda a matar o vício enquanto o Tony Jaa está “parado”)
De modo a vender mais - como já referi em outras críticas -, estes filmes têm as ditas situações - supramencionadas - de acção descabida e, ainda, juntam cenas de entretenimento que nos deixam pasmados, como facilmente podem imaginar se pensarem nos filmes de Jackie Chan. Todos aqueles “malabarismos”, quase impossíveis de fazer, que tanto nos entretêm.
Tony Jaa junta à sua perfeita técnica de muay thai todos estes “malabarismos”, tornando a história e o encadeamento da acção irrelevantes, como se estivéssemos a assistir ao Cirque du Soleil do Muay Thai interpretado única e exclusivamente por Tony Jaa. Certas cenas de luta fazem lembrar jogos de consola, tal é o exagero de personagens que Tony Jaa consegue derrotar. A estrutura piramidal dos seus adversários é uma característica do cinema asiático, que pode ser exemplificada com o anime Samurai X. Não me canso de dizer que, para quem gosta deste mundo, muitas cenas deste filme são simplesmente fantásticas.
Visto que uma das funções do cinema é entreter, este filme cumpre essa função na perfeição, tendo em conta que adoro este estilo de luta. A sua classificação acaba por ser, quase no seu todo, para Tony Jaa e para o entretenimento, não podendo ser mais elevada pois, para mim, cinema não é só entretenimento.
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Mensagem por X_Virus » 23 fev 2014, 10:15

Excelentes criticas etiko, os meus mais sinceros parabéns.
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Mensagem por etiko » 25 fev 2014, 21:34

X_Virus Escreveu:Excelentes criticas etiko, os meus mais sinceros parabéns.
Agradecido! Seguem mais umas ;)
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Mensagem por etiko » 25 fev 2014, 21:35

Adore (http://www.imdb.com/title/tt2103267/)
Nota: 6,3

Cedo comecei a aperceber-me de certos sinais que revelaram como se iria desenrolar o filme. Devido ao trailer, juntamente com a capa do filme, já sabia o que esperar, e foi por isto, que os sinais foram óbvios. Apesar disso, fiquei surpreendido tendo em conta o parentesco. A trama só de si é interessante, o mesmo não se pode dizer da acção deste filme.
O desenrolar da acção não acrescenta grande valor à história, pelas situações não estarem suficientemente trabalhadas para conseguirem surtir a emoção de espanto.
Por estas razões, assisti ao filme com passividade, sem me envolver muito na acção, tendo por vezes o cenário sido mais interessante do que esta última. Grandes planos paradisíacos, os quais nos fazem sonhar com uma casa à beira-mar. Especialmente com uma vista daquelas e as características peculiares daquela casa construída na escarpa.
Posso dizer que o final do filme salva toda esta passividade, criando uma boa tensão e, finalmente, conseguiu agarrar-me à acção. Não sendo a «bóia de salvação» que este filme precisava mas foi melhor que nada.
Com este enredo e este elenco podia-se obter um resultando muito melhor. Esta era uma história que seria muito bem trabalhada por Woody Allen. Se existem remakes é para isso mesmo, para se mostrar como se faz (ou pelo menos deveria ser…).


Before Midnight (http://www.imdb.com/title/tt2209418/)
Nota: 7,1

Dois actores que eu já conhecia (Julie Delpy de «2 Days in Paris» e Ethan Hawke de… dispensa apresentações!) e uma história que não me disse muito, no início... até que percebi que não era esta o foco central do filme. Como já não julgo este género de filmes antes de os ver, comecei sem qualquer tipo de expectativas.
A primeira cena do filme fez-me pensar numa coisa, a segunda deu-me uma esperança de algo «mais à frente» e a terceira mostrou-me o que iria ser o filme.
Composto por poucas cenas e com base em diálogos muito bem construídos, este filme serve para nos fazer pensar. Aborda questões familiares, amorosas e sobre a vida (e a morte). Que mais se pode pedir do que um filme que nos faz pensar?
Num estilo de «The Sunset Limited» (pois tem como base o diálogo e a discussão de problemáticas intemporais) – mas não tão intenso – e «2 Days in Paris» (começando na protagonista e continuando nos diálogos), só podia dar um bom filme.
As voltas que as conversas dão, as passagens de uns temas para os outros, as diferentes opiniões em relação aos mesmos temas e, ainda, a diferente opinião que vamos tendo ao longo do filme relativamente às mesmas personagens.
Tal como em “2 Days in Paris”, dão-se estas mudanças de afinidade pelos protagonistas. A diferença neste filme é que há uma oscilação nesta mudanças, enquanto que no outro («2 Days in Paris») houve um ponto de viragem em relação à «imagem» que tinha do protagonista.
No final, acabei por ficar surpreendido pois, apesar de não ter expectativas em relação à qualidade, não estava à espera deste género de filme.
Na esperança de encontrar mais filmes deste tipo, posso classificá-lo como “filmes argumentativos”.
Venham mais!

P.S.: Admito a minha ignorância. Não o sabia como um 3º filme de uma trilogia. Hei-de dar a minha opinião de «Before Sunrise» (1995) e «Before Sunset» (2004).

Broken (http://www.imdb.com/title/tt1441940/)
Nota: 6,8

Tim Roth é só de si um bom presságio. Mesmo que o filme não surpreenda, ao menos vamos ter uma boa interpretação de certeza.
O nome deste filme é uma metáfora às famílias destroçadas que o compõem. Apenas numa «mini praceta» dos subúrbios ingleses (tem todo o aspecto de se desenrolar neste ambiente) conseguimos ter acesso a três famílias com graves problemas.
Um casal com um filho introvertido com problemas de socialização; três jovens miúdas (muito problemáticas) ao cuidado de um pai viúvo (super) protector; e, a “família protagonista” composta por um pai divorciado com dois filhos e uma polaca.
A protagonista deste filme é Skunk (Eloise Laurence, venham mais filmes dela, grande primeira actuação!), filha de Archie (Tim Roth), uma miúda especial que demonstra uma bondade extrema e consegue conviver com as várias personalidades das pessoas que se cruzam com ela ao longo do filme.
Vamos conhecendo a realidade de cada família através das interacções internas (dentro de cada seio familiar) bem como com os membros das outras famílias, tanto na praceta como em outros ambientes (a escola e o ferro-velho, por exemplo), maioritariamente através de momentos críticos, digamos.
Posso dizer que é um bom filme que explora bem alguns problemas dos subúrbios. Deixo apenas o reparo de que a utilização de música um pouco infantil – umas poucas vezes – não me agradou. Acaba por suavizar um pouco o ambiente, o que pode agradar alguns espectadores, não sendo o meu caso pois gosto de filmes com ambiente pesado.
Para “compensar” o reparo anterior, tem planos espectaculares, bem como passagens entre cenas muito boas. Grandes pormenores de pós–produção.
Resumindo, é bom mas podia ser mais pesado, fazendo dele um filme melhor, para o meu gosto pessoal.
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Mensagem por etiko » 09 mar 2014, 13:34

Django Unchained (http://www.imdb.com/title/tt1853728/)
Nota: 6,8

Sim, só agora é que vi o Django. Adoro os filmes do Tarantino mas fui adiando a visualização deste filme para o ver na «altura ideal». Desde que estreou que me disseram que era o pior filme deste realizador e, por essa razão, foi ficando «para trás», vão sempre aparecendo outros filmes para ver. Mas pronto, já o vi.
Os pontos em comum com os restantes filmes de Tarantino são o estilo Grindouse e o elenco de luxo.
Em relação ao primeiro ponto, muitos litros de sangue, com boas «esguichadelas», corpos a voar com um simples tiro, exageros como a malta gosta!
O elenco de luxo conta com Jamie Foxx (grande papel como protagonista); Christoph Waltz (o caçador de prémios que é «premiado» com muitas das melhores falas do filme); Leonardo DiCaprio (em mais um grande papel, fazendo de vilão do interior, com manias e vícios peculiares; mais uma vez mostra o actor de alto nível que é); Samuel L. Jackson (velho, mesmo muito velho, é estranho ver este actor que nos trouxe tanta energia em tantos filmes, interpretar uma personagem tão velha). Estes são os que penso que merecem mais destaque.
A junção destes «ingredientes», pelas mãos de Tarantino, costumam ser suficientes para um produto final de topo.
A história foi o «ingrediente» que fez com que o resultado final não fosse excelente. Talvez se possa dizer que foi a história menos boa de Tarantino, fazendo com que este seja o filme menos conseguido dele. Tudo o resto conseguiu elevar esta história ao nível esperado por um filme realizado por este mestre do cinema.
O tema do filme é interessante, a época da escravatura nos EUA, em modo western. Levando-nos a pensar sobre o assunto perante os actos vis que os donos dos escravos tinham coragem de proporcionar, pelas suas ou pelas mãos de terceiros. Até o toque Grindhouse (que muitas vezes pode tornar um filme mais agressivo) e a «comédia negra» deste filme, acabam por suavizar este tema tão pesado.
Na minha opinião, os momentos de maior tensão são criados através das cenas em que a dupla de Django (Jamie Foxx) e do Dr. King Schultz (Christoph Waltz), tentam ludibriar Monsieur Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), tal é o respeito (com uma «pitada gigante» de medo) que esta personagem transmite.
Pode-se ainda juntar mais uns bons pormenores, a entrada do filme, onde temos um «lettering» digno deste género de filmes; a banda sonora «à Tarantino», dando-nos uma selecção de músicas que encaixam perfeitamente na acção, mesmo que eu costume criticar a utilização de músicas de Hip Hop em filmes que não se passem em épocas coerentes com esse movimento, o «beat» que Tarantino encaixa neste filme fica demais; e, por fim, a presença inevitável de Tarantino com um papel mais que secundário mas sempre trazendo uma personagem caricata.
Com tantos elogios é impossível dizer que não gostei, pois gostei do filme. Mas sim, é o pior de Tarantino como realizador. Quem dera a muita gente que o seu melhor filme fosse tão bom como este pior de Tarantino.


12 Years a Slave (http://www.imdb.com/title/tt2024544/)
Nota: 6,9

Mais um filme sobre a escravatura nos EUA (tendo em conta que vi o Django), antes da guerra civil. Este filme aborda o tema com muita seriedade, trazendo-nos a história verídica de Solomon Northup, um negro livre que foi feito escravo durante 12 anos. Chiwetel Ejiofor interpretou o papel principal de forma brilhante e agora tenho de ver o filme «Dallas Buyers Club» para perceber porque foi Matthew McConaughey a ganhar o Óscar de melhor actor, comparando com o protagonista deste filme.
De todos os filmes nomeados para «Melhor filme» nos Óscares deste ano, ainda só vi este e, por isso, não posso dar a minha opinião se foi um justo vencedor. Apenas posso comentar que a vencedora de melhor actriz secundária, Lupita Nyong'o que interpreta Patsey, não teve uma performance tão fenomenal quanto isso. Mas quem sou eu para escolher os nomeados... Apenas já vi muito melhor, como pode ser exemplo Brad Pitt nos seus «10 minutos» neste filme.
Os pontos positivos deste filme vão desde a história verídica (algo que valorizo), as cenas pesadas e explícitas (principalmente de violência, a forma como as pessoas conseguem tratar outras pessoas) e certos planos muito bons (por outro lado existem outros muito longos que acabei por não perceber a sua utilidade – além da estética -, pois não acrescentam nada de mais à forma como a história está a ser contada, nem vêm cortar a tensão de alguma cena mais pesada).
As diferentes visões da forma como os escravos eram tratados e explorados podem ser vistas (passo a redundância) através das diferentes personalidades dos «mestres» (donos dos escravos) deste filme. Posso pegar em Mr. Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender). O primeiro utiliza o escravos tal como qualquer empregador, actualmente, possui trabalhadores, enquanto que o segundo, vê os escravos como um agricultor tem os seus bois para puxar carroças ou, melhor ainda, alguém que utiliza cavalos para puxar diligências a alta velocidade, sem misericórdia. Estas duas perspectivas são quase opostas mas acabam por utilizar os escravos e estes acabam por estas menos mal de um lado, o que no final não faz com que estejam bem.
Quero deixar a nota de que a imagem que passam de Ford neste filme, é a de um homem bondoso, um empresário que precisa de trabalhadores para o seu negócio. Mesmo assim não foi suficiente para que eu «limpasse» a imagem que tenho desde que li, no início do livro «O Mundo Sem Nós» (de Alan Weisman), factos sobre a destruição da amazónia pelas mãos deste magnata que deixou a sua marca no mundo, literal e metaforicamente.
Algo interessante neste filme foram as participações de vários actores que conheço de algumas séries que acompanho. Destaco os seguintes: Michael K. Williams («Boardwalk Empire») e Sarah Paulson («American Horror Story«). As suas excelentes performances no mundo das séries elevam-nos a este tipo de papéis, saúdo-os por isso. Espero que continuem a usar estas caras conhecidas, pois nas séries ganhamos uma afinidade diferente pelos actores, são muitas horas a «conviver» com eles.
Uma ressalva especial para a participação de Brad Pitt. Apesar de já o ter mencionado, nunca é demais comentar as palavras proféticas que profere neste filme, tal Messias. Aproveito para deixar a ideia de que os papéis secundários não devem ser atribuídos a «actores de segunda», isto se queremos resultados finais acima da média. Esta ideia foi reforçada por Ivo Canelas numa entrevista que vi há uns tempos.
Resumindo, um bom filme, consistente.
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Mensagem por etiko » 10 mar 2014, 21:29

300 (http://www.imdb.com/title/tt0416449/)
Nota: 7,9

Duas razões fizeram com que quisesse ver outra vez este filme, ainda não tinha escrito acerca dele e como saiu a continuação, serviu para reavivar a memória.
A opinião que tinha era a de que este filme conta uma história muito interessante, trouxe um novo estilo ao cinema e é um filme que nos agarra ao ecrã pela sua intensidade.
O filme conta a lenda dos 300 Espartanos que defenderam o seu território de um Xerxes, o Rei-Deus que conquistou grande parte do mundo. Os números do exército inimigo ascendem aos milhões e os Espartanos, devido à sua perícia de combate (e gosto por este) e valores assentes na protecção dos seus companheiros e povo, não temem seja qual for o inimigo.
A forma como a história é contada, faz com que não passe um minuto sem que algo importante esteja a acontecer. O filme é sempre muito intenso e a bravura dos Espartanos é algo que me consegue sempre prender ao ecrã, mesmo nesta segunda vez.
É de salientar o grande papel de Gerar Butler neste filme. Tem a garra necessária para transpor a veia guerreira deste exército. A cena mítica em que grita «Loucura? Isto é Esparta!», falar por si! Rodrigo Santoro também dá nas vistas, este actor mais pela sua caracterização, muito forte.
O que mais destaca este filme foi a inovação que trouxe ao cinema. O estilo que mistura efeitos do género dos vídeo jogos com banda desenhada, não tinha sido tão bem explorado até então. De certeza que por muitos foi considerado «estupidez» mas eu adorei!
Desde então, só assisti a este estilo na série «Spartacus», uma boa sugestão para quem gosta deste filme.
Já me deram feedback do novo filme que dá continuação ao «300» («300: Rise of an Empire») mas vou-me tentar abstrair (como sempre) para ser o mais parcial possível quando o vir.
Concluindo, valeu mesmo a pena voltar a ver este filme. Certas partes, certas batalhas, até arrepiam.


The Book Thief (http://www.imdb.com/title/tt0816442/)
Nota: 7,1

Logo no início odiei um pormenor, um filme passado na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial (estrangeiros não era «coisa» que abundava na Alemanha nessa altura), onde os diálogos são maioritariamente em inglês. Mesmo assim, dei o benefício da dúvida, o que não valeu de nada, foi assim até ao fim.
Liesel Meminger (Sophie Nélisse), é a alma deste filme. É ela que rouba os livros. É ela que tem uma paixão gigante pela leitura. É ela que tem muito amor para dar. É ela que mais sofre. É ela que mais ama. O filme é ela!
Uma actriz muito jovem, que representa um grande papel, com suporte num grande argumento. Todos conhecemos muitas histórias sobre este momento da história da Europa mas, mais uma vez, conseguiram contá-la de um ponto de vista interessante. Uma rapariga filha de comunistas, que vive no meio da população alemã, pois é adoptada por um casal que pretende receber uma pensão.
Hans Hubermann (Geoffrey Rush) é o «Papá» de Liesel. Uma personagem melosa. Bom para tudo e para todos. Não sabe o que é a maldade, Tem o coração de uma criança.
Ganhamos facilmente uma grande empatia por esta personagem que nos faz soltar sorrisos sinceros e faz com que o nosso coração aperte cada vez que algo de mal lhe pode acontecer. O verdadeiro dos verdadeiros.
Rosa Hubermann (Emily Watson) é a mulher de Hans. Como Liesel a caracteriza «a trovoada». Refilar e má disposição é com ela. Representa a tensão que se vivia na Alemanha naquela época. Mas a bondade que gira em torno das duas personagens anteriores pode limpar quaisquer sentimentos mais escuros.
Rudy Steiner (Nico Liersch) puro, loiro, coração de criança, bravura de homem. Os olhos dele só vêem Liesel. Ele é a fonte de energia deste filme. À forças para tudo pois o contacto com este miúdo dá toda a energia necessária para se prosseguir. Ele é um herói. Ele é o que é, sincero.
O narrador não é menos importante. Apenas o julguei inicialmente pois estava a «levar por tabela» pelo que os diálogos em inglês suscitaram em mim. Pareceu-me que a junção destes dois factores ia trazer um filme «hollywoodesco», sem muito conteúdo.
A história é a que já conheço bem. Este filme vale, essencialmente, pelas personagens, individual e colectivamente. Um filme que nos põe tensos e aconchega. Vale mesmo a pena.
Nota: Max Vandenburg (Ben Schnetzer), xiuu....
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Mensagem por etiko » 16 mar 2014, 12:44

Blue Jasmine (http://www.imdb.com/title/tt2334873/)
Nota: 7,3

Mais um filme de Woody Allen e não foi desta que me desiludiu, ainda bem.
Neste filme, Woody Allen mantém o seu registo e o seu género de história. Personagens muito fortes e complexas com amor e traições para as fazer «bailar».
O filme tem como protagonista Jasmine (interpretada por Cate Blanchett, que ganhou o prémio de melhor actriz principal nos Óscares deste ano) e explora a sua profunda depressão devido a um desgosto amoroso. A sua mudança para a casa da irmã, Ginger (Sally Hawkins), leva-a para uma realidade totalmente diferente da que vivia antes da sua catástrofe amorosa.
Num ambiente pobre (comparando com o seu estilo de vida perdido), temos o prazer de assistir a interpretações de actores como Andrew Dice Clay e Bobby Cannavale.
O ponto forte deste filme (muito forte mesmo!), é a representação de Cate Blanchett. Na acção «que se passa no presente», temos uma personagem totalmente desfeita, que afoga o seu desgosto no álcool e compensa o seu estado psicológico degradado com medicação. Aqui, assistimos a uma representação perfeita de uma pessoa com um esgotamento nervoso, desde o seu comportamento às suas expressões. Fiquei pasmado com a expressividade desta personagem. Já presenciei na vida real este tipo de comportamentos e posso dizer com conhecimento de causa que não é mais nem menos, é assim.
Por outro lado, através de flashbacks, vamos ficando a par de como Jasmine conheceu o seu ex-marido e como se deu a degradação a relação. No desenrolar desta acção, assistimos a uma Jasmine oposta à descrita anteriormente. Só não digo totalmente oposta por os «tiques finos» estarem sempre presentes. Uma mulher confiante da sua imagem que, sem saber, pouco a pouco, se vai aproximando do abismo.
Como qualquer pessoa na vida real, também as personagens dos filmes de Woody Allen vão tendo os seus altos e baixos, e não são robôs sempre com as mesmas atitudes. Esta complexidade e realismo das personagens são muito difíceis de conseguir desenvolver em ficção mas parecem fáceis quando vemos um filme feito por Woody Allen. Todas as «personagens principais» dos seus filmes são exploradas a este ponto.
Um pequeno aparte é o facto deste realizador ter começado a apostar em Alec baldwin. Mais uma vez a sua postura encaixa perfeitamente na personagem que lhe foi atribuída. Tendo em conta que Woody Allen também faz os argumentos dos seus filmes, arrisco dizer que começa a «talhar» as personagens já com o intuito de se adaptarem aos actores que idealiza para as representarem.
Como não podia deixar de ser, bons diálogos e histórias cruzadas (desta vez não tão cruzadas porque o filme está mais centrado na protagonista).
Bem nomeado para os Óscares e um prémio que acredito ser merecido. Ainda tenho muitos filmes nomeados para ver de modo a dar uma opinião segura.
Vejam! E a quem diz que não gosta de Woody Allen... que veja!


Dallas Buyers Club (http://www.imdb.com/title/tt0790636/)
Nota: 7,3

Nos anos 80 a SIDA não era compreendida como actualmente. Muitas eram as dúvidas e dogmas à volta desta doença. Tempos idos em que esta doença era associada à homossexualidade. Também em Portugal ficou associada, durante muitos anos, à toxicodependência, quase que exclusivamente.
Este filme passa-se nos EUA e conta a história (verídica) de Ron Woodroof, um simples electricista que contraiu a doença que fez com que a sua vida desse uma reviravolta.
Através desta personagem é-nos passada a realidade dos problemas de saúde e sociais que se prendem à contracção desta doença. A degradação do corpo e a fraqueza acumulada é-nos transmitida com uma realidade chocante através da representação de Matthew McConaughey (ganhou o Óscar para melhor actor, mais que merecido pelo que tenho visto até agora) e de Jared Leto (interpreta a personagem de Rayon, através da qual conseguiu o Óscar de melhor actor secundário. Outra representação de luxo. Difícil de saber qual dos dois o melhor.).
A degradação das relações sociais é outro facto que nos dá que pensar. Até que ponto as pessoas que nos rodeiam nos irão aceitar e estar presentes perante uma situação tão desgastante em que o apoio é fundamental?
Assistimos a uma mudança radical na vida de Ron. Começamos por conhecer o seu estilo de vida de álcool, drogas, prostitutas e rodeios (a sua maior paixão). Passamos para uma fase de negação da doença após o diagnóstico que rapidamente evolui para uma luta – a qualquer custo – pois o corpo começa a degradar-se rapidamente. Após perder toda a confiança no sistema de saúde «legal», começa a sua busca pessoal pela cura «alternativa». Assim chegamos a um ponto em que Ron pretende, mais do que salvar a sua vida, ajudar o máximo de pessoas que consegue, pois vê que o sistema de saúde não existe para curar mas sim para facturar – um problema eterno neste país.
É feita uma crítica forte ao sistema de saúde, e a todas as «maroscas» que fazem, para acabar com todos que atentem contra a sua margem de lucro. É vergonhoso e ridículo. Todos precisamos de dinheiro mas estamos a falar de pessoas. Um truísmo que sai automaticamente e que vale o que vale.
Pelo caminho vão-se quebrando os tabus e vícios de Ron, deixando para trás tudo o que ataca negativamente o seu corpo e mente. Tendo em conta a sua personalidade e os seus preconceitos enraizados, seria impossível adivinhar a relação que cria com Rayon. É impossível não sentir empatia por esta relação. Um dos pontos altos deste filme.
Apesar de ser uma realidade diferente, em alguns pontos, acaba por ser universal. Um filme que informa e forma. Muito bom.
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Mensagem por etiko » 16 mar 2014, 12:45

Foi mesmo por acaso que descobri um site que tem muito, muito para explorar. Estava è procura de uma curta espanhola (que ainda nem vi...). E aqui começou a seguinte jornada:

El Vendedor de Humo (http://www.imdb.com/title/tt2676810/)
Nota: 6,5

Uma curta de animação engraçada. Bons desenhos e com uma acção fluída que leva a um final que se pode chamar de inesperado.

Marisa (http://www.imdb.com/title/tt1447503/)
Nota: 6

Esta curta deve ser adjectivada de conceptual. Tem um conceito que não desvendei. É aquele estilo de dar aso a interpretações mais pessoais, isto é, «interpretações de autor». Visualmente rápida e bem escrita.

Brutal Relax (http://www.imdb.com/title/tt1806827/)
Nota: 7,5

Tanto para dizer de uma curta. Se dissessem que foi realizada por xxx ou pelos seus primos espanhóis: acreditava! Se dissessem que é a continuação ou o prelúdio de «Papá Wrestling»: acreditava! Se disserem que não presta: não acredito! Posso criticar excesso de acção durante alguns minutos durante a «batalha derradeira contra o mal» mas tudo o resto compensa. A personagem principal é muito forte, literal e metaforicamente. Quase que se pode considerar a sua expressão a «chave do sucesso» desta curta. A forma como a acção está construída é boa. Bom momento de comédia! Gostei.

Bendito Machine
Nota: 6

Uma animação ao estilo do mini clip (plataforma de jogos online). Tem uma animação simples a nível visual. No entanto, depois de ver o making off, descobri que a sua produção não tem nada de simples. Este foi o primeiro espisódio desta série. Na minha opinião, aborga o consumismo e a ganância.

Doomed: a biological cartoon!
Nota: 5,5

Um cartoon biológico é o nome perfeito para esta animação. Em termos de criatividade merece uma pontuação elevada. Criaturas totalmente originais, na maioria muito bem pensadas. O narrador ajuda muito a fazer com que tenhamos paciência para a acção que se revela muito parada. Boa técnicamente, não tão boa em termos de entertenimento.

E foi quando descobri que o melhor site de sempre não tem apenas curtas de Espanha mas de dezenas de países.

PostHuman (http://www.imdb.com/title/tt2091950/)
Nota: 6,5

Uma curta dos Estados Unidos da América com desenhos muito mas muito bons. Este é o forte desta animação. Mas as suas qualidades não ficam por aqui. A expressividade da personagem principal está espetacular. A história acaba por ser incompleta, parece quase que um pedaço de uma longa metragem. Vale a pena ver.

The Runners (http://www.imdb.com/title/tt2747098/)
Nota: 7

A curta vencedora do ano de 2013. Nesta curta são feitas perguntas a pessoas enquanto estão a fazer jogging. Exploram desde temas banais a temas mais profundos e pessoais. Sexo, amor, relações familiares, «porque está a correr?», a vida. Alguns planos muito bons. Gostei.

Malaria (http://www.imdb.com/title/tt2619250/)
Nota: 9,5

A melhor curta da minha vida? É possível. Uma curta brasileira perfeita técnciamente. Trata da temática da morte de uma forma original. E se matássemos a Morte? Fica a questão. Vejam!!

No dia seguinte voltei a explorar o site. E partilho convosco mais uma boa experiência.

Back to the Stars
Nota: 6

Estilo videojogo. Uma crítica ao consumo em massa.

The Gift
Nota: 5

História não conclusiva. Qualidade técnica de topo. Ambiente futurista.

Portal: No Escape (http://www.imdb.com/title/%20tt2034756%20/)
Nota: 5

Curta inspirada no jogo «Portal» (desconhecia este jogo) ou teaser do jogo. Tem uma boa tensão. Conceito engraçado. No início parecia o «Oldboy» de Chan-Wook Park.

La Donna
Nota: 3,5

O «plano da mão a aparecer» é muito bom. Planos perturbadores/constrangedores. Acção lenta. A anarquia (categoria da curta) que mais se realça, é a falta de nexo da história.

The 3rd Letter (http://www.imdb.com/title/%20tt1565060%20/)
Nota: 5

Plano inicial muito bom devido à perspectiva. Ambiente futurista, apocalíptico. Pormenor: membrana bem-feita. O detalhe de escrever com sangue é interessante. Tem um conceito diferente. Foca a lei da sobrevivência.

The Pub (http://www.imdb.com/title/%20tt2231627%20/)
Nota: 7,5

Uma «bartender» e os mais variados tipos de clientes que acabam por ser «personificados» pelos animais que mais se adequam aos seus actos. Tudo isto com uma grande dose de humor negro e um estilo de animação muito original e carregado de qualidade.

The Wedding
Nota: 4,5

Desenhos simples mas são o suficiente pois o forte desta curta é a narração da história, por parte do protagonista. Além da boa narrativa, outra parte muito boa, foi o pormenor das letras a saírem das páginas, debaixo de água.

I am Tom Moody (http://www.imdb.com/title/%20tt2196116%20/)
Nota: 5,5

O exorcizar do passado. Conheçam Tom Moody a personagem pacata e desinteressante.

Status Update: A Facebook Fairtale
Nota: 6

Tema actual. Humor negro com piada. Original.

The Ellington Kid (http://www.imdb.com/title/%20tt2237588%20/)
Nota: 5,5

Os kebbabs serial killers. Cuidado por onde comes.
etiko
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Mensagem por etiko » 16 mar 2014, 12:45

Nebraska (http://www.imdb.com/title/%20tt2196116%20/)
Nota: 6,8

O meu regresso ao cinema. Como se costuma dizer «foi há tanto tempo que já nem me lembro». Quase por acaso se escolheu um filme «menos mau» entre as possibilidades oferecidas e os filmes que já tinha visto. Sim o bilhete é caro, mas foi uma vez.
Relativamente ao filme, este é um filme a preto e branco. Não percebi a razão pela qual escolheram filmá-lo (ou editá-lo) desta forma, a não ser reduzir os custos. Podem-se ter perdido bons planos pois existem certos cenários que mereciam cor. Um à parte caricato foi, por duas vezes, haver uma distorção ao focarem a câmara, no mínimo estranho.
A história deste filme tem como base o registo de filmes como o «Big Fish», isto é, a aproximação entre o pai e o filho.
David Grant (Will Forte) tem uma vida sem um pingo de emoção e está constantemente a acudir o pai que sai de casa, a pé, em busca do milhão de dólares que (supostamente) ganhou e que tem de levantar num Estado diferente daquele em que vive. Pelo menos é o que diz a carta que lhe chegou a casa.
É na esperança de se aproximar do pai e de fugir à rotina, que David decide levar o seu pai ao encontro do seu prémio, passando pela pacata cidade onde o pai foi criado.
Woody Grant (Bruce Dern), pai de David, tal como a cidade onde foi criado, é uma pessoa pacata e que está à beira de ficar senil. Esta é uma jornada que acende uma pequena chama dentro de si. Tem um objectivo. Este papel deu a possibilidade a Bruce Dern de ser nomeado para os Óscares na categoria de melhor actor. Apesar da simplicidade da personagem e da pouca interacção a nível de diálogos, consegue transpor toda a mensagem que esta personagem acarreta.
Ao longo desta história simples, focam-se as relações distantes entre pai e filho e a ganância das pessoas em relação ao bem-estar dos outros (e ao dinheiro, mais especificamente). Também explora diferentes tipos de personalidades e relacionamentos banais que levam muitas pessoas a identificarem-se com as suas histórias e personalidades. Acredito que as pessoas e estilo de vida do interior dos EUA estão bem representados neste filme.
É um filme com uma acção lenta mas com muita substância. É relaxante, dá que pensar e tem uma dose muito boa de comédia (perspicaz e com um grande sentido de «timming»).
Para quem gosta de ouvir uma história bem contada, vale a pena.
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