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Antevisão dos filmes mais esperados, críticas, apreciações.

Moderador: jamlvs

king_samsa
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Mensagem por king_samsa » 18 jan 2006, 22:06

FreedomFighter Escreveu:Quanto à questão das histórias, que quem as escreve e de quem as conta, as coisas tornam-se ainda mais complicadas:

Fazer um filme de acção é fácil, basta ter muito dinheiro para esplosões e carros partidos.

Fazer um filme de ficção científica também não é dificil, basta contratar a Industrial Light and Magic.

Fazer um drama pode ser facílimo: muitas mortes doenças, azares, e tc.

E sobretudo contar uma boa história? Como se faz? Aqui está o que se perdeu nos últimos anos no cinema: Quase não existem histórias para contar. Tens idéia dos nº de remakes que se fazem hoje em dia?
Olá, Freedom, novamente.

Esta para mim é questão que causa à divergência das nossas opiniões. Como te referi antes, a minha bagagem é mais literária do que cinematográfica, pelo que tenho uma maior propensão a analisar não só o argumento, mas as implicações e conclusões do mesmo a nível pessoal e também social. Interessam-me sobretudo os filmes que façam as pessoas pensar, e não apenas os que fazem as pessoas passar um bom bocado, que não aspiram a mais do que diverti-las. É que o cinema supostamente é uma forma de arte e sendo-o, tem o dever de mexer com o interior das pessoas. No momento poucos filmes o fazem em condições devidas, talvez devido à "plastificação" da nossa sociedade.

É como dizes, hoje em dia é fácil fazer filmes, basta contratar esta empresa de efeitos especiais, ou seguir o método proposto pela fórmula X, que já habituou a que salas e salas encham, logo bolsos e bolsos encham também. O difícil é como referes, fazer filmes originais, mas mais que isso, que façam as pessoas pensar. Porque hoje em dia, as pessoas encontram-se instaladas numa forma de apreender a realidade que peca pela deglutinação fácil do conteúdo, não se querem dar ao trabalho de pensar e julgo que a prova última disto mesmo que digo é o sucesso que se regista com o livro Código da Vinci, que se seguirá este ano nas salas de cinema. Já houveram carradas de autores a pegar neste mesmo tema, mas não houve interesse das pessoas para aprofundarem a questão fulcral que trata das mentiras que a Igreja pôs cá fora durante séculos. Foram ignorados.

As pessoas gostam, na generalidade, do que lhes é posto na mesa pronto a consumir. Em muitos casos, se vier já mestigado, melhor ainda.

Se tomares por exemplo da diferença entre os filmes originais japoneses e as suas adaptações de Hollywood (the Ring, ou the Grundge), verás que na versão americana é acrescentado uma infinidade de linhas de diálogo que não existiam no original, que não se destinam a mais do que "poupar" ao espectador o trabalho de interpretar por si mesmo a coisa.

Nos filmes de animação japonesa, há uma tendência para silenciar as cenas, tornando as mesmas "paradas", o que para as pessoas é chato, mas para o autor há ali uma qualquer metáfora para ser interpretada... e ele conta com o espectador para isso. Cá, no Ocidente, não resulta, porém.
A propósito, vai estrear em Fevereiro o "Ghost In The Shell 2: Inocence", estou ansioso para ver que tipo de críticas lhe hão-de ser tecidas.

Isto é que está mal, o facto de as pessoas se aborrecerem facilmente, quando toca de puxar pela cachola... e por isso é que o Homem-Aranha, ou o King Kong são líderes de bilheteira e cada vez mais se sucedem filmes como estes. Não é só o dinheiro, também é culpa do nível de exigência das pessoas.
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mim
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Mensagem por mim » 18 jan 2006, 22:25

Sim senhor,
assim vale a pena vir dar uma "vista de olhos" ao Fórum, pelo menos aprende-se alguma coisa....
Continuem
lynchs
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Mensagem por lynchs » 18 jan 2006, 22:39

Bom, realmente depois do que acabei de ler, atrevo-mo a dizer que darias um "bom politico", ou melhor ainda, um excelente ministro de propaganda!

"...Eu não venho para aqui para provar nada a ninguém, mas também não tenho que levar para casa desaforos de meninos que têm a mania..."

Melhor ainda, depois de ler isto e muito mais, cheguei à conclusão que não vale a pena responder e continuar com estes posts tipicos de net, afinal de contas o melhor remédio nestes casos é mesmo ignorar.

Cheers
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Can you imagine the level of a mind that watches wrestling?
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Mensagem por king_samsa » 18 jan 2006, 22:41

Freedom Fighter said:
Repara nos géneros de filmes que eram tão famosos e que acabaram ou raramente aparecem: Ficção científica, Gangsters, Film-Noir e Aventuras. Hollywood hoje em dia brinda-nos com filmes de acção, comédias e pouco mais.
Epá, e correndo o risco de começar a cair no tua lista negra, atrevo-me aqui a discordar novamente.

Ficção Científica: Serenity, Aeon Flux (para estrear), A Ilha, Matrix, Star Wars... enfim, há muitos (mas isso não quer dizer que sejam um Blade Runner, nisso estou de acordo)

a propósito, sabes se existe alguma versão cinematográfica adaptada do livro "Brave New World" (Admirável Mundo Novo), por Aldous Huxley?

Gangsters: também os há, embora menos, se calhar e um pouco diferentes, dada a evolução dos tempos. É que as máfias agora são outras. Por exemplo; Filems Tarantinescos, Casino, se calhar até os Ocean's Eleven e Twelve, e mais...

Film-Noir: o mais difícil, aqui sim há escassez (precisamente porque é preciso um conceito inteligente para servir de base ao filme?)

Aventuras: Narnia, LOTR, etc...

Faltam é BONS filmes, não quer dizer que não se façam alguns, dentro do género.[/i]
Última edição por king_samsa em 19 jan 2006, 02:14, editado 1 vez no total.
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Mensagem por king_samsa » 18 jan 2006, 22:45

Melhor ainda, depois de ler isto e muito mais, cheguei à conclusão que não vale a pena responder e continuar com estes posts tipicos de net, afinal de contas o melhor remédio nestes casos é mesmo ignorar.
Estás no teu direito. Como eu estou de retirar as minhas ilações, como te disse anteriormente. E pelo que vejo falas, falas, falas, mas quando toca de deitar cá para fora algo mais, tá quieto...

Enfim... deixa-te estar quieto que eu também fico sossegadinho, pode ser?
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Mensagem por FreedomFighter » 20 jan 2006, 16:22

king_samsa Escreveu:Epá, e correndo o risco de começar a cair no tua lista negra, atrevo-me aqui a discordar novamente.
Eu não tenho listas negras. A unica lista que tenho é a que explico mais á frente.

Tenho muitos anos dedicados ao estudo do cinema (é o meu principal hobbie) e por vezes paro de discutir estes assuntos porque não tenho de provar nada a ninguém, simplesmente gosto de um bom debate. Quando as coisas começam a sair da discussão da arte para a discussão pessoal, eu saio.

Desde míudo que faço uma ficha de todos os filmes que vejo, juntamente com alguns apontamentos importantes sobre os mesmos, quer a nível técnico quer a outros níveis. Já tenho esta informação toda no computador, mas ainda guardo os arquivadores onde comecei a tirar essas notas à cerca de 30 anos. Cinéfilo ou não, perito ou não, os meus conhecimentos servem para eu me orgulhar deles e não para os espetar nos olhos de alguém ou para me vangloriar insistentemente. Eu aliás fico parvo como é que por vezes quando me junto com amigs e começamos a falar de cinema eles têm paciência para me ouvir 2 ou 3 horas seguidas e ainda pedem mais, porque tenho a noção que quando começo a falar de cinema perco a noção do tempo. Tenho a sorte de ter pessoal amigo que gosta de cinema e destas histórias.

Em relação à tua discórdia, a justificação e os (poucos) exemplos que deste só apoioam a minha tese.

LOTR não se insere de modo nenhum no género aventuras, mas sim no de fantasia. A definição básica de um filme de aventura requer a ausência geral de ficção, ou seja as histórias não devem conter uma grande dose de fantástico, mas sim coisas reais, mundos reais, epocas e factos reais, etc, etc.

Como filmes puros de aventuras tinhas os velhos filmes de piratas (Errol Flyn e companhia), Robin Hood, The African Queen, Sullivan's Travels, etc, e finalmente o último dos filmes de aventuras, a trilogia Indiana Jones, um exemplo perfeito do género.

Filmes de gangsters ou crime então lembrava-me de dezenas deles. Ultimamente tens The Untouchables, Road to Pertition e não me lembro de mais. Atenção aos que supostamente muita gente inseria neste género mas que não têm nada a ver.

E por aí adiante. O que disseste são pálidas amostras contra a grande diversidade e qualidade de antigamente.
king_samsa Escreveu:a propósito, sabes se existe alguma versão cinematográfica adaptada do livro "Brave New World" (Admirável Mundo Novo), por Aldous Huxley?
Versão cinematográfica que eu saiba não existe, mas eu já vi um filme para TV com o Peter Gallagher, o Leonard Nimoy e outro actor relativamente conhecido que não me lembra o nome agora. Não é mau, mas é muito difente do livro (sim, eu também leio livros)

Um abraço

FF
king_samsa
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Mensagem por king_samsa » 21 jan 2006, 01:28

Oi Freedom,

Dou-te graças, por não teres listas negras e saúdo o teu retorno. Tal como tu também adoro um bom debate, sinto que é uma forma bastante eficaz de aprendizagem, pois tanto se ensina como se aprende.

A questão aqui foi a entrada um pouco abrupta da minha parte e também o facto de não nos conhecermos. Mas julgo que essa questão está ultrapassada e não haverá necessidade de a ela retornar. Eu também não gosto quando a coisa entra no foro pessoal, porque não é por isso que aqui ando, embora reconheça que peco por vezes por falta de temperamento e caia no "despique" despropositado.

Enfim... não será desculpa, mas dá-se o caso de um dos meus hobbies favoritos ser precisamente o de passear pelos fóruns a contestar e ser contestado. Tenho alguma experiência de fóruns e sei por experiência que o pragmatismo não é coisa que se encontra facilmente por aí.

Cometi o erro de não o ser. Expressei a minha opinião sobre Sopphia Coppola, reconheço, talvez tecida sem fundamento credível à luz da análise "científica" cinematográfica. Infelizmente, essa não ta poso dar, como já to disse antes, não estudo particularmente a fundo a matéria em questão.

Aquela que posso dar, foi a que dei. A da minha perspectiva enquanto espectador. Na altura fi-lo levemente, já que tinha visto o filme pela última vez fazia uns meses, quem sabe um ano, o que não me permitiu alargar por demasia. Contudo, estou calmamente a visionar o filme novamente, e só posso reforçar a minha opinião. O filme fala não só do que antes referi, da "solidão num lugar estranho", mas aborda a própria questão da existÊncia, o mais famoso cliché do mundo - "quem eu sou, para onde vou, o que estou cá a fazer" -, que no fundo é o mais importante.

Mas isso é desenvolvimento para outras núpcias, se assim o desejardes.

Passemos então à questão da própria definição de géneros - gangsters, film noir, aventuras, etc. Aqui a falha é obviamente a tecnicicidade da linguagem. Tu falas, com conhecimento de causa, que aventura não engloba fantasia, não no cinema. Contudo os livros do Tolkien não são livros de fantasia. São aventuras fantásticas, quanto muito, todavia, aventuras. No sentido livresco da coisa são aventuras, daí a minha assumpção.

Não é para ser mauzinho, mas onde encaixarias então o"Piratas das Caraíbas"?

Quanto a gangster, compreendo também o teu ponto de vista, talvez seja a minha falha de conhecimentos.

Mas sendo, uma questão: o avanço tecnológico não originará a que essas definições se "alterem", ou "modifiquem", talvez mesmo que tenham a tendência a "fundir-se" umas com as outras?
É que como falávamos atrás, a "fórmula" que resulta é a que tem tendência a imperar. Só que vistas as coisas desse prisma, que quanto a mim estão bem vistas, a tendência é para que o cinema vá lentamente morrendo enquanto arte.

Se calhar já me alonguei demais, queria apenas dizer que também não ando a vangloriar os meus conhecimentos. Gosto mais de pensar que os partilho.

Quanto ao Huxley, queres pegar nisso para debate também? Eu anseio por uma adaptação digna desse nome, que seja minimamente fiel ao livro. Só que não sei se encaixa na tal fórmula dos milhões, necessária para ver a luz do dia.
Mas tenho o DVD de outra masterpiece da litaratura, 1984, de George Orwell. E bastante aceitável.

E desde o princípio me pareceu que tu também "lias livros".

PAZ! :twisted:
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